A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), a Operação Litus, que tem como alvo uma facção criminosa investigada por lavagem de dinheiro por meio da aquisição e aluguel de imóveis no litoral norte do Estado. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Canoas, cumpriu 75 medidas judiciais, entre elas 13 mandados de prisão preventiva, com o apoio de mais de 150 policiais civis.
Os mandados foram executados em cidades como Canoas, Alvorada, Portão, Arroio dos Ratos, Charqueadas, Tramandaí, Imbé, Capão da Canoa, além de municípios catarinenses como Palmitos e São José. Ao menos 11 pessoas foram presas, além da apreensão de armas de fogo, munições, veículos e a indisponibilização de diversos bens móveis e imóveis.
A investigação teve início em março de 2024, a partir da prisão de dois homens armados em Osório, e evoluiu ao longo de um ano. Conforme a polícia, os criminosos integravam uma facção com base no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, com forte atuação em Canoas e no litoral. O grupo já era conhecido pelas autoridades por envolvimento com homicídios, tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e extorsões — estas últimas frequentemente associadas a agiotagem com cobranças abusivas.
Segundo as apurações, os lucros dessas atividades ilícitas eram utilizados para comprar imóveis em regiões litorâneas, os quais eram usados tanto como residência quanto para locação via plataformas digitais, num esquema de lavagem de dinheiro. Um dos principais investigados chegou a adquirir um terreno em condomínio de luxo em Tramandaí, com a intenção de residir próximo a autoridades públicas e figuras políticas.
A operação tem como principal objetivo desarticular o grupo, retirar criminosos de circulação e bloquear bens adquiridos de forma ilícita, como terrenos, casas e carros de luxo.
O delegado Gustavo Bermudes, responsável pela Draco, afirmou que a Polícia Civil está empenhada em enfrentar organizações criminosas, especialmente aquelas com atuação na Região Metropolitana e no Litoral. Já o delegado regional de Canoas, Cristiano Reschke, classificou a operação como um duro golpe contra o crime organizado, destacando o caráter preventivo e estratégico da ação, que frustrou os planos de criminosos que pretendiam viver em áreas nobres ao lado de cidadãos e autoridades.
Com informações: Correio do Povo