Ventos destrutivos atingem Camaquã em tempestade na metade sul do RS

A sequência de tempestades que afeta o Rio Grande do Sul desde o último domingo continua trazendo prejuízos ao estado. Nesta quarta-feira, o município de Camaquã foi atingido por um temporal severo, que provocou a queda de árvores, postes, e destelhamentos, deixando grande parte da cidade sem energia elétrica. A forte ventania também causou o colapso de estruturas urbanas e desalojou diversas famílias, conforme relatado pela Rádio Acústica.

Durante a manhã, galhos e árvores derrubados bloquearam várias ruas de Camaquã. Em resposta, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros atuam intensivamente para limpar as vias e auxiliar os moradores atingidos. O Hospital Nossa Senhora Aparecida foi afetado pelos danos e passou a depender de geradores de energia. A instituição considerou a transferência de pacientes devido aos alagamentos em algumas áreas do prédio.

Estragos em outras localidades

A tempestade também causou danos significativos em outros municípios da região. Em Encruzilhada do Sul, a localidade de Vau dos Prestes registrou destelhamentos, enquanto em Abranjo, várias árvores foram arrancadas pelo vento. Já em Piratini, ao sul, uma tempestade de granizo atingiu 13 residências, e as equipes da Defesa Civil estão avaliando os estragos. Em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste, granizo foi registrado na localidade de Torrinhas.

Microexplosão pode ser a causa dos estragos em Camaquã

A MetSul Meteorologia avalia que os danos em Camaquã foram provocados por uma microexplosão, um fenômeno meteorológico que ocorre quando uma forte corrente de vento descendente atinge a superfície, espalhando-se em todas as direções. Esse tipo de evento, também conhecido como downburst, é capaz de causar estragos semelhantes aos de um tornado.

Nuvens do tipo Cumulonimbus, que atingiram a cidade durante a madrugada, apresentavam topos com temperaturas de até -70°C, segundo imagens de satélite. Embora estações meteorológicas não tenham registrado ventos extremos, a localização específica do fenômeno é típica das microexplosões, que afetam áreas menores, mas com grande intensidade.

O que é uma microexplosão atmosférica (downburst)?

Microexplosões ocorrem principalmente no verão, quando o calor e a alta umidade geram nuvens Cumulonimbus, que podem alcançar até 20 quilômetros de altura. Esses eventos são causados por ventos intensos em altitude que descem rapidamente em direção ao solo. Segundo o National Weather Service dos Estados Unidos, o vento em uma microexplosão pode ser tão destrutivo quanto o de um tornado, com velocidades registradas de até 281 km/h em alguns episódios.

Microexplosões são classificadas como macrobursts ou microbursts, dependendo da área de impacto. Nos microbursts, os ventos destrutivos afetam uma área menor, inferior a quatro quilômetros de extensão, mas ainda causam danos significativos.

Após acidentes aéreos, como o desastre do voo Delta 191, causado por uma microexplosão em 1985, radares meteorológicos foram instalados em aeroportos para detectar essas correntes descendentes, minimizando riscos para aeronaves.

Com informações: METSUL

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