Dormir tarde aumenta risco de problemas de saúde em pessoas com sobrepeso, indica estudo

Um estudo recente destaca a importância de uma boa rotina de sono para a saúde de pessoas com sobrepeso. De acordo com a pesquisa, quem tem excesso de peso e fica acordado até tarde da noite apresenta maior risco de desenvolver síndrome metabólica, condição que eleva a probabilidade de doenças cardíacas, diabetes, derrame e outros problemas crônicos de saúde.

“Nossa pesquisa demonstra que a desregulação do relógio biológico interno pode ter efeitos adversos em pessoas que já estão em risco devido ao peso”, afirmou Brooke Shafer, pesquisadora do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (OHSU) e principal investigadora do estudo.

Para a pesquisa, 30 indivíduos com índice de massa corporal (IMC) acima de 25 – considerados com sobrepeso ou obesidade – foram recrutados. A equipe utilizou amostras de saliva para determinar o momento exato em que cada participante começava a produzir melatonina, o hormônio que sinaliza o início do sono. Em seguida, os participantes monitoraram seus padrões de sono durante sete dias.

Os cientistas analisaram a diferença de tempo entre o início da produção de melatonina e o horário médio de sono dos participantes para avaliar se a “janela” entre esses dois fatores era curta ou longa. Uma janela curta indica que a pessoa dorme logo após a produção de melatonina, enquanto uma janela longa sugere o contrário.

Diferenças entre homens e mulheres

Os resultados mostraram que homens com uma janela estreita de sono – que adormecem mais próximo do início da melatonina – tinham maior quantidade de gordura abdominal, níveis mais elevados de triglicerídeos e maior risco de síndrome metabólica em comparação com homens que dormiam mais cedo. No caso das mulheres, aquelas com janela curta apresentaram maior gordura corporal total, níveis mais altos de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso aumentada.

“Foi surpreendente observar essas diferenças manifestando-se de forma específica ao sexo”, comentou Andrew McHill, pesquisador sênior e professor assistente da OHSU. “Isso desafia a ideia de uma abordagem universal na medicina acadêmica.”

Shafer enfatizou a relevância de bons hábitos de sono para a saúde geral, sugerindo práticas como ir para a cama quando se sente cansado e evitar o uso de telas à noite. Os pesquisadores planejam investigar o impacto de mudanças mais extremas nos padrões de sono, como aquelas enfrentadas por trabalhadores noturnos, para desenvolver intervenções que possam melhorar a saúde dessa parte essencial da força de trabalho.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.