Originária do Oriente Médio, a Cabra de Damasco é reconhecida mundialmente por sua resistência, qualidade genética e aparência singular. Criada há milênios na Síria e em países vizinhos, a raça se destaca pela produção de leite com alto teor nutricional, carne de qualidade superior e capacidade de gerar filhotes mais fortes. Conhecida também como Shami, Aleppo, Halep, Baladi, Damascene ou Chami, a cabra foi levada a Chipre no século 19, onde passou por intenso aprimoramento genético, consolidando sua fama internacional.
O que mais chama atenção na Cabra de Damasco é sua drástica transformação física: filhotes nascem com aparência delicada e orelhas longas, mas, na fase adulta, desenvolvem um nariz proeminente, crânio alongado e orelhas dobradas, características que podem causar estranhamento para quem não conhece a raça. Essas mudanças são resultado de seleção artificial, feita para destacar tais traços em competições de beleza, como no caso do famoso exemplar Qahr, eleito a “Cabra Mais Bonita do Mundo” em 2008, na Arábia Saudita.
Além do visual marcante, a Cabra de Damasco apresenta qualidades produtivas expressivas. Pode produzir até 1,5 litro de leite por dia, com alto teor de gordura e proteína, ideal para fabricação de derivados lácteos e especialmente indicado para pessoas com intolerância ao leite de vaca. A carne também é valorizada por sua qualidade e conformação corporal, sendo a raça frequentemente cruzada com outras para potencializar a produção de carne, como ocorre na Índia.
Devido a essa combinação de produtividade e aparência exótica, exemplares da raça podem alcançar valores superiores a US$ 65 mil — o equivalente a mais de R$ 250 mil. Embora seja apelidada por alguns de “cabra monstro” por conta de seu visual adulto, a Cabra de Damasco é considerada um símbolo de resistência e diversidade genética, demonstrando que, no mundo animal, funcionalidade e história podem ser muito mais valiosas do que padrões estéticos.
