GAECO desarticula grupo que furtava cabos de cobre no Sul do RS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Pelotas e com o apoio do GAECO – Sul, deflagrou na manhã desta quarta-feira (14) a Operação Rede Segura, que resultou no desmantelamento de um grupo criminoso envolvido em furtos, roubos e receptação de cabos de cobre no Sul do Estado. Os materiais eram subtraídos de empresas e propriedades rurais e revendidos ilegalmente, especialmente para receptadores no Vale do Sinos. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 2 milhões.

A ofensiva mobilizou 38 mandados de busca e apreensão nos municípios de Capão do Leão, Pelotas, Santa Vitória do Palmar, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Participaram da ação mais de 250 agentes, entre membros do GAECO, Brigada Militar, Polícia Penal e da Força-Tarefa de Fios e Cabos do governo estadual. A operação foi coordenada pelos promotores Érico Rezende Russo, de Pelotas, e Rogério Meirelles Caldas, do 10º Núcleo do GAECO – Sul, com apoio do promotor André Dal Molin, coordenador estadual do GAECO.

Dois núcleos criminosos atuavam em conjunto
A estrutura do grupo era dividida em dois núcleos principais: um especializado em furtos e roubos, com base em Capão do Leão, e outro responsável pela receptação e comercialização dos materiais, com atuação em municípios da região e também no Vale do Sinos. Ao todo, 20 suspeitos estão sendo investigados: 16 no núcleo operacional e 4 no núcleo de receptação. As ações criminosas eram planejadas e executadas durante a madrugada, por grupos de cinco a oito indivíduos, usando armamento pesado, máscaras, roupas camufladas e coletes balísticos.

Após os crimes, os fios de cobre eram armazenados em locais estratégicos até que fossem retirados por compradores previamente contatados. A atuação do grupo afetou diretamente empresas e instituições da região, além de comprometer serviços públicos.

Casos violentos e impacto no funcionamento de empresas
Em Pelotas, somente em 2024, foram registrados 250 furtos de cabos, uma média de 20 casos por mês. Até abril deste ano, já foram contabilizadas 77 ocorrências. Entre os crimes mais graves está o assalto a uma arrozeira, onde funcionários foram feitos reféns por cinco horas enquanto a fiação era roubada, causando a paralisação da produção por sete dias.

Outro episódio envolveu a invasão da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) em janeiro deste ano. Na ocasião, houve troca de tiros com vigilantes e pessoas foram feitas reféns. Em abril, criminosos furtaram cabos da rede de semáforos da cidade, prejudicando o trânsito e a segurança viária.

Objetivo da operação
A ação do MPRS teve como foco a obtenção de provas para responsabilizar os envolvidos. Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos, celulares, valores em dinheiro sem origem comprovada e demais materiais que podem comprovar a atuação do grupo.

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