Imagine descrever uma cena com palavras e, em segundos, ver esse conteúdo virar um vídeo realista, com personagens, movimentos e cenários completos. Essa é a promessa da nova geração de inteligências artificiais generativas de vídeo, como o Sora, desenvolvido pela OpenAI — a mesma criadora do ChatGPT.
A tecnologia ainda está em fase de testes, mas os resultados divulgados nas últimas semanas impressionaram o mundo. Em um dos exemplos, um simples comando como “uma mulher caminhando pela rua em Tóquio durante um festival de luzes” resultou em uma cena fluida, com iluminação realista, pessoas ao fundo e clima típico japonês.
O que isso muda na prática?
Para o mercado de cinema, publicidade e redes sociais, essa revolução pode significar uma redução drástica de custos e prazos de produção. Imagine criar um comercial completo, com locações e efeitos especiais, sem precisar de câmeras ou equipe. Ou testar roteiros de filmes inteiros com visualizações rápidas, antes mesmo de ir para o set de filmagem.
Além disso, setores como educação, jornalismo e jogos também podem se beneficiar. Professores poderão ilustrar aulas com vídeos personalizados. Criadores de conteúdo terão uma nova ferramenta para contar histórias. E desenvolvedores de jogos poderão gerar cenários e cenas com agilidade inédita.
Mas há controvérsias
O avanço também levanta preocupações éticas: vídeos falsos (“deepfakes”) podem se tornar ainda mais convincentes, aumentando o desafio de combater desinformação. Por isso, empresas e especialistas vêm defendendo que a regulamentação acompanhe o ritmo das inovações.
Mesmo com desafios, o consenso é que a criação de vídeo por IA está prestes a transformar o modo como interagimos com conteúdo digital. E, da mesma forma como a fotografia, o cinema ou a internet mudaram o mundo, essa nova onda tecnológica pode ser a próxima grande virada.