O medicamento donanemab, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, pode estar disponível no Brasil ainda em 2025, caso receba aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A solicitação de registro já foi feita, e o remédio, que retarda a progressão do Alzheimer em até 35%, é considerado uma das terapias mais promissoras atualmente.
O tratamento, aprovado nos Estados Unidos sob o nome comercial Kisunla, atua como uma imunoterapia voltada a pacientes com sintomas iniciais da doença e presença confirmada da proteína beta-amiloide, responsável por formar placas no cérebro associadas ao Alzheimer. O medicamento “ensina” as células imunes a identificar e remover essa proteína.
Resultados clínicos mostram que cerca de 75% dos pacientes conseguiram eliminar a placa amiloide com sucesso, o que contribuiu para retardar o declínio cognitivo e diminuir o risco de progressão da doença em até 39%. O tratamento é feito por injeções mensais, durante um período de até 18 meses, com infusões que duram cerca de 30 minutos.
Apesar dos avanços, o medicamento não representa uma cura e seus efeitos positivos podem ser sutis. Além disso, os custos são elevados: nos EUA, o preço de uma dose é de US$ 695 (cerca de R$ 4 mil), podendo chegar a R$ 172 mil por ano, considerando a frequência e duração do tratamento.
Outro ponto de atenção são os efeitos adversos, que incluem inchaço facial, urticária, cefaleia, reações durante a infusão, além de possíveis micro-hemorragias cerebrais. A aplicação precisa ser feita em ambiente hospitalar.
No Brasil, o processo de aprovação inclui uma análise detalhada da documentação técnica, fabricação, e transporte do produto, antes de ser fixado um preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Após esse trâmite, o medicamento poderá ser comercializado no país.
Especialistas recomendam cautela quanto às expectativas, mas reconhecem o donanemab como um avanço importante no enfrentamento do Alzheimer em sua fase inicial.