Entenda o que acontece após a morte do papa

A morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, marca o início de uma série de rituais e protocolos no Vaticano que culminarão na escolha de seu sucessor. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, na Argentina, o pontífice morreu em decorrência do agravamento de um quadro respiratório. Como determina a tradição da Igreja Católica, o camerlengo — responsável por administrar a Santa Sé durante a vacância — confirmou o óbito com um ritual simbólico, que inclui chamar o papa pelo nome de batismo e bater em sua testa com um martelo de prata, proclamando em latim: “Vere papa mortuus est” (“O papa está realmente morto”).

Após a confirmação da morte, o camerlengo retirou e destruiu o anel do pescador — símbolo da autoridade papal — e iniciou os preparativos para os atos fúnebres. O corpo de Francisco será embalsamado e vestido com trajes específicos, sendo proibido qualquer registro visual antes disso. O quarto em que o papa faleceu será selado com cera e seus pertences removidos. Em seguida, o cardeal vigário da diocese de Roma fará o anúncio público da morte, acompanhado pelo toque dos sinos do Vaticano. Começa então o período de luto oficial de nove dias, conhecido como novemdiales, com celebrações diárias em memória do pontífice falecido.

Durante a vacância da Sé Apostólica, o Colégio dos Cardeais assume o governo da Igreja, com poderes limitados apenas à administração ordinária e preparativos para o conclave. Esse período de transição não permite decisões estruturais, que ficam a cargo do futuro papa. Entre o quarto e o sexto dia após a morte, o corpo de Francisco deverá ser sepultado, conforme tradição.

O conclave — processo de escolha do novo pontífice — deve começar no 15º dia após a morte. Reunidos na Capela Sistina, os cardeais com menos de 80 anos votarão até que um nome receba dois terços dos votos. Os votos são queimados após cada rodada, com fumaça preta sinalizando impasse e fumaça branca indicando a escolha de um novo papa. Até lá, o mundo católico se despede de Francisco, o primeiro papa latino-americano da história.

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