Três produtos exportados pelo Rio Grande do Sul estão entre os mais afetados pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, conforme alerta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A medida, anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, impõe uma taxa de 10% sobre diversos produtos agrícolas brasileiros.
Entre os itens gaúchos impactados estão o sebo bovino, classificado com risco crítico pela CNA, a carne bovina in natura e o fumo não manufaturado, ambos com ameaça moderada. O sebo é considerado de risco elevado por causa da forte dependência do mercado americano, o que dificulta a realocação para outros destinos.
No ano passado, o fumo em folha gerou US$ 235,1 milhões em exportações para os EUA, enquanto a carne bovina somou US$ 39,1 milhões, e o sebo bovino, US$ 21,6 milhões.
Segundo o pesquisador Sérgio Leusin Júnior, do Departamento de Economia e Estatística do Estado, a produção gaúcha de fumo está praticamente toda voltada ao mercado internacional, o que aumenta o impacto da nova taxação.
Mesmo com o novo imposto, Canadá e México continuam isentos por acordos específicos, embora estejam submetidos a outras medidas restritivas ligadas à política externa dos EUA.
Em 2024, os Estados Unidos foram o terceiro maior mercado do agronegócio brasileiro, atrás apenas da China e da União Europeia, representando 7,4% das exportações do setor, o equivalente a US$ 12,1 bilhões. A carne bovina e o suco de laranja são os itens nacionais que mais preocupam diante do cenário tarifário.