Pediatra alerta para importância da imunização infantil contra a Influenza

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza terá início em 07 de abril, com o objetivo de imunizar 90% dos grupos prioritários, entre eles crianças de seis meses a menores de seis anos. Para reforçar a importância da prevenção, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) orienta pais e responsáveis sobre os benefícios da vacina, combatendo informações equivocadas e incentivando a adesão à campanha.

A imunização reduz significativamente os casos graves da doença, que podem evoluir para complicações como pneumonia e hospitalização. De acordo com o médico pediatra da SPRS, Juarez Cunha, a gripe pode parecer um problema comum, mas seus efeitos podem ser severos, especialmente entre crianças pequenas.

“O vírus influenza está entre os principais causadores de infecções respiratórias em todas as faixas etárias, sendo particularmente perigoso para crianças, devido à maior vulnerabilidade. Assim como idosos, gestantes e pessoas com comorbidades, elas apresentam maior risco de complicações, como pneumonia, otite e sinusite. A vacinação é essencial para reduzir a incidência da gripe, tornando os casos mais leves e prevenindo desdobramentos graves, além de diminuir a necessidade de antibióticos e atendimentos médicos. Por isso, a imunização é recomendada pelo Ministério da Saúde, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela SPRS”, afirma.

Apesar da segurança comprovada, ainda persistem mitos que dificultam a adesão. Um dos equívocos mais comuns é a crença de que a vacina pode causar a gripe, o que não procede, já que o imunizante é produzido com vírus inativados, sem capacidade de transmissão.

“Esse é um dos principais mitos sobre a vacina contra a gripe. No entanto, a infecção pela influenza não pode ser causada pela imunização, pois a vacina contém apenas vírus inativados. Como qualquer imunizante, ela pode gerar eventos adversos, mas, na maioria das vezes, são reações leves e locais, como dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação — na coxa, para crianças menores de dois anos, e no braço, a partir dessa idade. Em alguns casos, pode ocorrer febre leve nas primeiras 24 a 48 horas, mas esse tipo de reação é incomum”, destaca Juarez.

A Sociedade de Pediatria do RS preconiza que seja aplicada de forma universal para todas as crianças, independente da idade, além dos adultos. A vacina contra a influenza é extremamente segura e, por ser inativada, pode ser administrada em todas as crianças, inclusive naquelas com imunidade comprometida devido a doenças ou tratamentos. Além disso, crianças com comorbidades, como diabetes, correm maior risco de complicações caso contraiam a gripe, tornando a imunização ainda mais essencial. A recomendação é para todas as crianças entre seis meses e cinco anos, mas, no caso de comorbidades, não há limite de idade.

No passado, a alergia ao ovo gerava dúvidas sobre a segurança da vacina, mas atualmente, mesmo crianças com reações alérgicas graves podem recebê-la, desde que em locais com estrutura para atendimento a possíveis intercorrências.

A campanha disponibilizará 35 milhões de doses em todo o Brasil. Além da rede pública, a vacina também pode ser encontrada na rede privada, com diversas clínicas já oferecendo o imunizante para a faixa etária indicada.

Por Marcelo Matusiak/Assessoria SPRS

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