Registro médico de Leandro Boldrini é cassado

O Conselho Federal de Medicina (CFM) cassou, nesta terça-feira (11), o registro profissional do médico Leandro Boldrini, condenado pelo assassinato do filho Bernardo Boldrini, em 2014. A decisão foi unânime entre os 25 conselheiros do órgão e ocorreu após um recurso apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). O caso marca um precedente inédito, sendo a primeira vez que um Ministério Público intervém administrativamente em um processo ético-disciplinar junto aos conselhos de medicina.

Leandro Boldrini cumpre pena de mais de 31 anos no regime semiaberto, mas até então mantinha seu direito ao exercício da medicina. Em novembro de 2023, ele foi absolvido em um processo disciplinar no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS), o que levou o MPRS a recorrer ao CFM para reverter a decisão. O Tribunal Superior de Ética Médica do conselho reconheceu a legitimidade da participação do MPRS, permitindo sua atuação no julgamento.

A promotora de Justiça Alessandra Moura Bastian da Cunha, que fez a sustentação oral do recurso, destacou a importância da decisão para a sociedade gaúcha e para a memória de Bernardo. Segundo ela, Boldrini não apenas planejou o crime, mas também utilizou seu conhecimento médico para cometê-lo. “Este pai torturou essa criança, e a tortura é vedada pelo código de ética médica”, afirmou a promotora. Com a cassação definitiva do registro, Boldrini fica impedido de exercer a profissão.

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