Gêmeas mortas em Igrejinha teriam sido vítimas de sufocamento, aponta Ministério Público

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) sustenta que as gêmeas encontradas mortas em Igrejinha, no Vale do Paranhana, foram vítimas de sufocamento. Laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), divulgados na quinta-feira (6), não identificaram vestígios de veneno nos restos mortais das crianças. Gisele Beatriz Dias, mãe das vítimas, é ré no processo e segue presa preventivamente.

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Tubino, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri (CaoJúri), a denúncia já considerava o sufocamento como uma das hipóteses do crime. “O MP está convencido da autoria”, declarou.

Perícia descarta envenenamento

Os exames periciais analisaram mais de 100 substâncias químicas nos corpos das vítimas, incluindo sedativos, pesticidas e arsênio, mas todos os testes deram negativo. O único elemento encontrado foi formol, substância utilizada na conservação de cadáveres, sem relação com as mortes.

O laudo final apontou que as mortes tiveram “causa indeterminada”, devido ao estado avançado de decomposição dos corpos, impossibilitando a confirmação de patologias que possam ter provocado os óbitos.

Investigações e denúncias

A denúncia do MP qualifica o crime como duplo feminicídio, com as agravantes de meio cruel e vítimas menores de 14 anos. A promotoria argumenta que Gisele foi a última pessoa a estar com as meninas em um ambiente fechado, descartando causas naturais e reforçando a hipótese de sufocamento.

A polícia reuniu provas como pesquisas suspeitas no celular da acusada, onde Gisele buscou informações sobre formas de envenenamento, além do desaparecimento repentino de registros de câmeras de segurança da casa.

A defesa, no entanto, argumenta que não há provas concretas e pede a anulação do processo. O caso segue sob análise da Justiça.

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