Aumento das internações por ansiedade sobrecarrega sistema de saúde e preocupa especialistas

Nos últimos dois anos, o Brasil registrou um crescimento alarmante no número de internações por Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Entre 2022 e 2024, foram 2.202 internações relacionadas ao transtorno, totalizando um custo de R$ 5,7 milhões ao sistema de saúde. O dado, obtido a partir de um levantamento realizado em mais de 440 hospitais, aponta para um aumento significativo na taxa de internações, que passou de 3,4 para 4,6 casos por 100 mil habitantes.

O custo médio de cada internação foi de R$ 964, um valor relativamente baixo quando comparado a outros tratamentos psiquiátricos. No entanto, especialistas alertam que os impactos econômicos da ansiedade vão muito além das despesas hospitalares. A incapacidade de trabalhar, a queda na produtividade e o aumento da demanda por atendimentos ambulatoriais são fatores que geram um custo invisível ainda maior à sociedade.

Outro ponto de preocupação é a subnotificação dos casos. Muitos pacientes com TAG não recebem o diagnóstico adequado e acabam internados em leitos gerais, sem acompanhamento especializado. Além disso, o transtorno frequentemente aparece associado a outras condições psiquiátricas, como depressão e transtornos do sono, dificultando a identificação precisa da doença.

Para especialistas, a crescente taxa de internações reflete um problema estrutural no atendimento à saúde mental no país. A escassez de serviços especializados e a falta de políticas públicas eficazes agravam a situação, levando à superlotação dos hospitais e à necessidade de intervenções mais severas.

Diante desse cenário, reforça-se a necessidade de ampliar o acesso ao tratamento psicológico e psiquiátrico, investindo em estratégias de prevenção e em uma rede de suporte mais eficiente.

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