O turismo nacional faturou R$ 17,5 bilhões, registrando o melhor desempenho para o mês de julho desde 2019. Esse crescimento de 3,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior foi impulsionado pelas férias escolares, que tradicionalmente favorecem o setor. No entanto, o Rio Grande do Sul apresentou uma queda de 5,5%, acumulando uma redução de 11,7% entre maio e julho, o que resultou em uma perda de R$ 254 milhões em faturamento.
Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o faturamento nacional acumulado no ano atingiu R$ 113,2 bilhões, representando um aumento de 2,2%. O transporte aéreo de passageiros, que é o segmento mais relevante do levantamento, obteve um faturamento de R$ 4,62 bilhões, registrando um crescimento de 6,4% em comparação a julho de 2023.
Apesar do aumento modesto de 1% no número de passageiros, totalizando 8,53 milhões de viajantes em julho, a alta expressiva de 19,39% nos preços das passagens, segundo o IPCA do IBGE, foi determinante para impulsionar o faturamento do setor aéreo. Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a tarifa média subiu de R$ 603 para R$ 633 no período de um ano, um aumento de 5%, refletindo a pressão inflacionária que tem impactado a demanda.
O setor de locação de veículos foi o que mais se destacou, com um faturamento de R$ 2,35 bilhões, um crescimento de 9,8%. Esse resultado também foi impulsionado pelo aumento significativo de 17,7% nos preços das tarifas de locação, combinado com a demanda gerada pelas férias escolares, o que levou a um crescimento tanto no número de locações quanto no volume financeiro.
Atividades culturais
As atividades culturais, recreativas e esportivas registraram um crescimento de 5,7%, atingindo R$ 1,3 bilhões, impulsionadas por uma agenda cheia de eventos durante as férias escolares. Já os setores de hospedagem e alimentação apresentaram aumentos mais modestos, de 2,2% e 2,9%, respectivamente, com faturamentos de R$ 2,1 bilhões e R$ 2,7 bilhões. Essas variações, embora menores, refletem a continuidade da recuperação do setor, que já havia experimentado um crescimento significativo de 10,2% no ano anterior.
No entanto, o cenário não é homogêneo. O transporte rodoviário de passageiros e as agências de viagens enfrentaram quedas de 1,7% e 0,7%, respectivamente, demonstrando que, apesar do aumento geral no faturamento, muitas empresas ainda enfrentam altos custos operacionais, o que compromete sua rentabilidade. Nos balanços financeiros do segundo trimestre, várias empresas do setor reportaram prejuízos, revelando um ambiente desafiador para a sustentabilidade financeira.
Por outro lado, o desempenho de julho evidencia a força do turismo brasileiro, com o aumento da demanda, mesmo com preços mais elevados contribuindo para os resultados. Investimentos na indústria hoteleira, na ampliação da malha aérea, tanto nacional quanto internacional, e na renovação das frotas das locadoras de veículos, abrem caminho para um crescimento significativo do turismo, possibilitando a quebra de novos recordes sem pressionar excessivamente os preços, à medida que a oferta de serviços se expande gradativamente.
“As previsões para o turismo permanecem positivas, com a expectativa de um mercado corporativo mais forte a partir de agosto, acompanhando o desempenho do PIB, e investimentos contínuos em infraestrutura, como a expansão da malha aérea e a renovação de frotas de veículos”, explica Guilherme Dietze, presidente do Conselho de Turismo da Fecomércio-SP.
Crédito @uffizicom
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