Descoberto planeta com temperatura e tamanho similares aos da Terra, potencialmente habitável

Cientistas descobriram um planeta com condições que se assemelham às da Terra, trazendo a questão da existência de vida fora do nosso planeta ainda mais próxima de uma resposta. O estudo, publicado na revista científica britânica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society na semana passada, revela que o astro, denominado Gliese 12 b, apresenta temperatura e tamanho similares aos da Terra.

Este exoplaneta orbita uma estrela anã M fria e está a aproximadamente 40 anos-luz da Terra, sendo o trânsito mais próximo encontrado para esse tipo de sistema. O Gliese 12 b é um dos menores níveis de atividade estelar conhecidos para anãs M, o que pode explicar por que ele possui uma temperatura moderada.

Próximos passos com o Telescópio James Webb

A próxima etapa da pesquisa envolverá a utilização do Telescópio Espacial James Webb para examinar a atmosfera do Gliese 12 b. Os cientistas estão especialmente interessados em detectar sinais de água no exoplaneta. Eles especulam que a atmosfera do planeta pode ser semelhante à da Terra, ou talvez se assemelhe à de Vênus, que sofreu um efeito estufa descontrolado. Existe ainda a possibilidade de que o planeta não tenha atmosfera alguma.

Potencial para a habitabilidade

Determinar a composição atmosférica do Gliese 12 b é crucial, pois isso revelará se o planeta pode manter temperaturas adequadas para a existência de água líquida na superfície. Além disso, essas informações podem esclarecer como e por que a Terra e Vênus evoluíram de maneiras tão diferentes.

Descrito como “um mundo moderado, do tamanho da Terra, mais próximo e em trânsito localizado até hoje”, o Gliese 12 b é um alvo potencial para uma investigação mais aprofundada pelo Telescópio Espacial James Webb. O planeta orbita a estrela anã vermelha e fria chamada Gliese 12, localizada na constelação de Peixes.

Relevância da descoberta

Gliese 12 b representa um dos melhores alvos para estudar se planetas do tamanho da Terra orbitando estrelas frias podem reter suas atmosferas, um passo crucial para avançar nossa compreensão da habitabilidade em planetas em toda a nossa galáxia”, afirmou Shishir Dholakia, doutorando no Centro de Astrofísica da Universidade de Southern Queensland, na Austrália. Ele co-liderou a equipe de pesquisa junto com Larissa Palethorpe, doutoranda na Universidade de Edimburgo e no University College London.

Método de trânsito

A maioria dos exoplanetas é descoberta através do método de trânsito, que ocorre quando um planeta passa na frente de sua estrela, visto do ponto de vista da Terra, causando uma diminuição no brilho da estrela hospedeira. Durante um trânsito, a luz da estrela passa pela atmosfera do exoplaneta, e diferentes moléculas de gás absorvem diferentes comprimentos de onda de luz, criando um conjunto de impressões digitais químicas. Telescópios como o Webb podem captar essas impressões, fornecendo dados valiosos sobre a composição atmosférica do planeta.

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