Justiça concede liberdade para o casal de influenciadores investigados por esquema de rifas virtuais em Canoas

A decisão, tomada na noite de terça-feira (13), permite que o casal continue em liberdade, desde que cumpra medidas cautelares estabelecidas pelo Tribunal de Justiça (TJ).

Segundo o TJ, o Ministério Público, responsável pela acusação, deu suporte à decisão de soltura, e o juiz encarregado do caso acatou o pedido. O processo segue em sigilo.

Os advogados de defesa, André Callegari e Marília Fontenele, destacaram a confiança nas instituições do Rio Grande do Sul e elogiaram a atuação do Ministério Público e do juiz.

O casal foi detido na semana passada durante uma operação policial que investigava o esquema de rifas. Eles enfrentam acusações de exploração de jogos de azar, violação da economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Na operação, a polícia apreendeu uma BMW, um dos prêmios divulgados pelo casal. Gladison Pieri foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo, mas pagou uma fiança de R$ 100 mil e foi liberado. Pamela Pavão foi liberada após prestar depoimento. Na sexta-feira (9), a Justiça havia decretado a prisão preventiva do casal, alegando que, mesmo sabendo da investigação, continuaram a promover rifas ilegais.

Após a operação, o casal se manifestou em redes sociais, alegando que havia regularizado sua situação, uma afirmação contestada pela Polícia Civil. As rifas virtuais são proibidas no Brasil, exceto com autorização do Ministério da Fazenda, e geralmente só são permitidas para causas filantrópicas.

A investigação revelou que até 2023, o dinheiro arrecadado nas rifas era depositado diretamente nas contas dos influenciadores. Desde então, eles teriam contratado uma empresa de capitalização, mas sem o vínculo com entidades beneficentes exigido por lei. Além disso, há suspeitas de manipulação nos sorteios e de venda de mais números do que o permitido.

Durante a operação, foram apreendidos pelo menos 15 veículos de luxo, incluindo marcas como Porsche e Corvette. A investigação também aponta que o casal vive um estilo de vida ostentatório, com propriedades e viagens internacionais.

Os suspeitos promoviam rifas de diversos itens, como imóveis e veículos, entregando os prêmios a pessoas próximas e usando “laranjas” para simular a premiação. A análise financeira indica que o casal movimentava milhões e misturava dinheiro ilícito com receitas de suas empresas, o que configura lavagem de dinheiro.

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