Prisão de casal com cocaína em Porto Alegre revela esquema de tráfico internacional por aeroportos

Uma investigação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (23) levou à prisão de quatro pessoas em Santa Catarina, acusadas de envolvimento em um esquema de tráfico internacional de drogas. A operação teve início após o flagrante de um casal no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em abril de 2024.

Na ocasião, os dois foram interceptados pouco antes de embarcar para Lisboa, Portugal. Com eles, os agentes encontraram 6,6 quilos de cocaína de alta pureza, escondidos em meias, fitas e dentro dos tênis. A jovem de 20 anos carregava parte da droga nas canelas e sob a palmilha. Já o homem, de 22 anos, também foi detido no local. A dupla foi identificada como “mulas” — pessoas usadas por quadrilhas para transportar drogas sem ocupar cargos de liderança no esquema.

Quadrilha usava aeroportos no Sul para abastecer Europa
A partir do flagrante, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF no Rio Grande do Sul passou a investigar os responsáveis pela organização. Segundo o delegado Ronaldo Reis, a quadrilha contava com estrutura logística bem definida, incluindo funções específicas para cada membro.

“Identificamos um grupo muito bem estruturado, com divisão de tarefas entre os envolvidos. Não se trata de criminosos com baixo nível de instrução, mas sim de jovens de classe média alta, com acesso à educação e estrutura familiar”, afirmou o delegado.

As cidades de Biguaçu, Palhoça e Tubarão, em Santa Catarina, foram alvos de mandados de prisão temporária e preventiva. Os envolvidos operavam por meio dos aeroportos de Porto Alegre e Florianópolis, utilizando rotas internacionais para a Europa.

Alto lucro e risco calculado
De acordo com a PF, o esquema é altamente lucrativo. A droga era adquirida na fronteira com o Paraguai e Bolívia por cerca de US$ 3 mil, transportada até os centros urbanos e então enviada ao exterior, onde era vendida por até 60 mil euros.

Mesmo com perdas em fiscalizações, o lucro garantido tornava o negócio atrativo para o grupo.

Agora, a PF busca identificar os compradores da cocaína na Europa, a fim de desarticular completamente a rede envolvida no tráfico.

Com informações: GZH

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