Entre a fome e o excesso: especialistas alertam para os extremos da alimentação infantil

A alimentação infantil permanece como um dos principais focos de atenção entre os especialistas em saúde pública, especialmente diante de dois extremos preocupantes: desnutrição e obesidade. O tema foi amplamente discutido no XVII Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), entre os dias 15 e 17 de maio, no Centro de Convenções Barra Shopping, em Porto Alegre.

De um lado, a baixa estatura relacionada à carência de nutrientes afeta cerca de 7% das crianças brasileiras, segundo dados recentes. A condição, muitas vezes silenciosa, compromete o desenvolvimento físico e cognitivo, afeta o rendimento escolar e enfraquece o sistema imunológico.

Por outro lado, cresce a preocupação com a obesidade infantil, impulsionada por fatores como sedentarismo, consumo excessivo de ultraprocessados e a quebra de rotinas durante a pandemia. De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), mais de 30% das crianças atendidas pelo SUS apresentam algum grau de sobrepeso ou obesidade.

Para o pediatra e pesquisador Carlos Alberto Nogueira de Almeida, o conceito de alimentação saudável precisa ser melhor disseminado:

“Não se trata apenas de evitar alimentos industrializados. Uma alimentação equilibrada exige diversidade, bom senso e atenção às necessidades de cada criança.”

A SPRS reforça que a prevenção e o enfrentamento desses problemas exigem ações integradas:

  • Educação alimentar desde os primeiros anos de vida

  • Políticas públicas eficazes de segurança nutricional

  • Envolvimento de pais, escolas e profissionais de saúde

  • Promoção de hábitos saudáveis em casa e na comunidade

A meta é garantir não apenas o crescimento físico adequado, mas também o bem-estar emocional e social das crianças e adolescentes gaúchos.

*Com a informação PMPA

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