COLUNA | Eduardo Leite precisa tomar cuidado para não cair na mesma armadilha das eleições de 2022

Não dá para tapar o sol com a peneira: os últimos acontecimentos na política estadual e nacional estão rimando com os fatos predecessores do último pleito. Isto é: não é a primeira vez que o governador Eduardo Leite embarca em uma aventura rumo à campanha para a Presidência da República. E vamos lembrar que o final daquela história foi relativamente agridoce para ele, mas bastante amargo para outras figuras do PSDB e para o próprio partido. E talvez os versos desta história rimem mais um pouco.

Nesta semana, Leite oficializou sua migração do PSDB para o PSD. Esta mudança não chegou a surpreender, uma vez que o PSDB está em vias de se fundir com outra sigla e deixar de ser o que era. Porém, o fato é que Eduardo Leite está, há algum tempo (desde 2022 para ser mais exato), demonstrando interesse na cadeira do Palácio do Planalto. Só que, naquela época, vários nomes do PSDB, como João Dória e Arthur Virgílio, acabaram entrando em conflito devido ao terem as mesmas intenções que Leite. O resultado é que toda a legenda ficou fragilizada, tendo o pior resultado de sua história. 

Agora, a situação parece estar se encaminhando para algo semelhante. Eduardo Leite segue interessado na Presidência da República. Porém, dessa vez, seu novo partido parece estar dividido quanto a isso, uma vez que o governador do Paraná, Ratinho Júnior, também está demonstrando o mesmo interesse e segue sendo o nome preferido dentro do PSD. Uma outra alternativa, já sinalizada pela legenda, é que Leite concorra a uma cadeira no Senado. E esta, aparentemente, pode ser a alternativa mais sensata para todos para evitar uma briga na qual ninguém dentro do PSD vai sair ganhando (ao menos não intacto).

Caso o governador não aceite o Senado, dá para notar o quanto as coisas estão se direcionando para um caminho muito parecido com o de 2022. Aliás, as semelhanças até o momento chegam a ser até mesmo dignas de deixar qualquer um perplexo. Mas o fato é que, caso não tome decisões sensatas no futuro próximo, o resultado para as figuras do PSD e para seu novo integrante não parecem muito animadoras.  

Será que o karma de Eduardo Leite é contaminar as discussões internas quando se trata de uma disputa ao Palácio do Planalto? Ou então o governador simplesmente está fadado ao azar de se ver em um fogo cruzado neste tipo de disputa interna? Talvez ambas alternativas se completem.

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