O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, pode não concluir seu mandato, mesmo tendo sido reeleito por unanimidade há pouco mais de um mês. Na noite de segunda-feira (5), a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), também conhecida como Daniela do Waguinho, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição pedindo o afastamento imediato do dirigente e a revisão do acordo homologado pela Corte em fevereiro, que reconheceu como legítima a eleição realizada pela entidade em 2022.
A parlamentar sustenta que uma das cinco assinaturas que validaram o acordo judicial apresenta indícios de falsificação. O nome citado é o do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, atualmente um dos vice-presidentes da confederação. O pedido é fundamentado no artigo 168 do Código Civil, que permite a anulação de atos jurídicos com vício de consentimento.
Um laudo pericial anexado à petição, elaborado por Jacqueline Tirotti, da empresa Tirotti Perícias e Avaliações, concluiu que a assinatura atribuída a Nunes difere de sua caligrafia natural, apontando traços incompatíveis com sua escrita. A análise foi solicitada pelo vereador Marcos Dias (Podemos-RJ), que também apresentou denúncia ao Ministério Público para investigação.
Contudo, a empresa responsável pela perícia já teve laudos questionados anteriormente, como em casos envolvendo o padre Júlio Lancellotti e a apresentadora Ana Hickmann.
Em nota oficial, a CBF declarou que não teve acesso formal ao laudo e criticou a divulgação do conteúdo fora dos canais institucionais, classificando o episódio como uma tentativa de espetacularização com motivações políticas.
O caso se soma a outras pressões sobre a atual gestão de Rodrigues. No dia 1º de maio, o STF marcou para 28 de maio o julgamento da ADI 7580, ação que discute a legalidade de um TAC firmado entre o Ministério Público e a CBF em 2017, relacionado à reforma do estatuto eleitoral da entidade. O processo envolve questões como a disparidade no peso dos votos entre federações e clubes, que alterou o equilíbrio de poder nas eleições internas.
Essa mesma ação foi arquivada em fevereiro após o acordo homologado por Gilmar Mendes, que reconduziu Rodrigues ao cargo após sua breve remoção por decisão do TJ-RJ. Agora, com a reanálise marcada no STF, o futuro do presidente volta a ser incerto.