Um novo capítulo de violência entre Índia e Paquistão reacendeu as tensões na disputada região da Caxemira. Nesta quarta-feira (7), um ataque de artilharia paquistanesa no distrito de Poonch, área controlada pela Índia, deixou ao menos 12 mortos e 38 feridos, segundo autoridades locais. O confronto marca uma escalada preocupante entre dois países que possuem armas nucleares e histórico de hostilidades intensas.
A ofensiva do Paquistão ocorre em resposta a bombardeios indianos realizados na terça-feira (6), quando a Índia afirmou ter atingido nove alvos em território paquistanês. As autoridades indianas alegam que as ações foram “precisas, comedidas e não escalatórias”, tendo como foco campos de treinamento de grupos terroristas. Ainda segundo Nova Délhi, não houve vítimas civis nos ataques.
O Paquistão, no entanto, contesta a versão indiana e afirma que os bombardeios deixaram 26 mortos e 46 feridos em seu território, incluindo civis. De acordo com o governo paquistanês, a Índia lançou mísseis contra três locais específicos, ação que Islamabad classificou como provocação direta.
A operação indiana, batizada de Sindoor, teria sido uma retaliação a um atentado ocorrido no dia 22 de abril na Caxemira indiana, que resultou na morte de 26 pessoas. Em nota oficial, o governo indiano destacou que os alvos eram campos utilizados por grupos armados para recrutamento, doutrinação e estocagem de armamentos.
“Demonstramos contenção na seleção de alvos e evitamos deliberadamente instalações militares”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa da Índia. Já o Exército indiano declarou que os ataques visaram centros de atividades terroristas.
A tensão crescente impactou até o setor aéreo. Por segurança, companhias aéreas asiáticas alteraram rotas e cancelaram voos que sobrevoariam a região. Segundo a agência Reuters, ao menos 52 voos com destino ou origem no Paquistão foram suspensos.
Com ambos os lados sustentando versões opostas e trocando acusações, a comunidade internacional acompanha com apreensão a escalada dos conflitos em uma das regiões mais militarizadas do mundo. Especialistas alertam que qualquer passo em falso pode desencadear consequências de grande escala, dada a presença de armamentos nucleares nas duas nações.