O cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, de 76 anos, está no centro de uma nova controvérsia no Vaticano ao insistir em participar do próximo conclave, apesar de ter sido formalmente excluído do processo pelo papa Francisco. Becciu, que já ocupou uma das mais altas posições da hierarquia da Igreja, teve seus direitos e privilégios cassados em 2020 após ser envolvido em um escândalo financeiro milionário envolvendo a compra irregular de um imóvel de luxo em Londres.
A decisão do papa, que removeu Becciu do cargo e o proibiu de votar na eleição do novo pontífice, foi vista como um gesto firme contra a corrupção interna, mas também gerou críticas dentro e fora da Igreja por sua severidade. Mesmo fora da lista oficial de cardeais eleitores — restrita àqueles com menos de 80 anos e em pleno exercício de suas funções — Becciu compareceu à primeira assembleia de cardeais nesta terça-feira (22) e declarou à imprensa italiana que Francisco não teria autoridade para excluí-lo, alegando que nunca renunciou ao posto.
O cardeal, que foi condenado por fraude fiscal em 2023, reafirma sua inocência e classifica as acusações como injustas. Sua tentativa de reintegração ao conclave levanta questões delicadas sobre a legitimidade das decisões papais e os limites do poder no seio da Igreja Católica, em um momento especialmente sensível de transição após a morte do papa Francisco.