Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou que o general Marco Antônio Freire Gomes alertou o ex-presidente Jair Bolsonaro de que ele poderia ser preso caso insistisse em manobras para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. A declaração foi feita durante uma reunião no Palácio da Alvorada, em novembro daquele ano.
Segundo Baptista Júnior, o general Freire Gomes teria dito de forma clara, embora calma: “Se fizer isso, vou ter que te prender”. O relato confirma versão anterior apresentada à Polícia Federal (PF) e contradiz o depoimento do próprio Freire Gomes, que negou ter falado em prisão. Baptista Júnior alegou que não houve contradição, pois a advertência legal foi feita, ainda que com outras palavras.
O ex-comandante da Aeronáutica também relatou a existência de uma minuta golpista, apresentada durante uma reunião no Ministério da Defesa em 14 de novembro de 2022. O documento, segundo ele, previa que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não tomasse posse. Baptista se recusou a receber ou permanecer na sala após identificar o teor do texto.
O depoimento de Baptista integra a Ação Penal 2.668, que apura a tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e ex-ministros. Durante as oitivas, o ex-comandante mencionou discussões sobre possíveis prisões de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes. Ele também retificou declaração anterior, afirmando não ter certeza da participação de Anderson Torres em reuniões golpistas.
Com a informação Agência Brasil.
