– Reportagem exclusiva Lelê Pereira – @reporterlelepereira –
Tem se tornado comum nas páginas e grupos de redes sociais de Gravataí a reclamação da comunidade com relação ao abandono de carcaças de animais na principal rótula do Distrito Industrial da cidade. Os animais seriam utilizados em oferendas e rituais afro-religiosos.
O local existe há vários anos e é concedido pela Prefeitura à comunidade afro-religiosa. O problema é que, por conta da inauguração de uma estátua em homenagem a Exú Bará, instalada em 2024, houve um aumento significativo na procura pelo local, que recebe visitantes, inclusive, de Porto Alegre, Cachoeirinha e Alvorada.
Após receber mais uma série de reclamações, a reportagem esteve no local no início da tarde desta terça-feira (15/04). O ambiente encontrado pode ser descrito como desolador, degradante e sobretudo, insalubre.
Logo na chegada, mais de 5 dezenas de urubus adultos podiam ser vistos disputando carcaças espalhadas por todos os lados. Galos e galinhas de todas as cores, cabeças de bode, e até uma galinha viva, que desfilava entre carros e caminhões que passam diariamente no local.
No meio da via, aves arrastadas pelos urubus apresentavam riscos para motociclistas. Por todos os lados, o cheiro insuportável de carniça, intensificado pelo sol da tarde, apresentava risco à saúde de trabalhadores que se deslocam para o trabalho nas dezenas de indústrias que têm sede no Distrito.
Mas não somente os animais em decomposição poluem o ambiente. Bandejas vermelhas e pretas, pipocas, pedaços de carne, garrafas de bebida, embalagens plásticas, entre outros, tornam o local ainda mais desagradável.
A Prefeitura instalou no local um container, para que os usuários depositem os resíduos, mas poucos têm esta consciência. Há, também, a parceria com uma empresa privada, que faz a limpeza alguns dias da semana. Mas nem mesmo uma câmera de vigilância, instalada no meio da rótula, consegue intimidar os maus religiosos.
Conversamos com o Presidente do CMPTG (Conselho Municipal do Povo de Terreiro de Gravataí), Pai Fernando de Xangô, que nos informou que a nova gestão do Conselho, que teve início em janeiro deste ano, está imbuída em promover a conscientização das casas de religião, mas que, infelizmente, uma minoria insiste em realizar práticas que são contra as orientações e regras de convívio com a sociedade. Segundo ele, tanto a empresa que adotou a área quanto a própria Prefeitura, realizam a coleta dos resíduos, e que inclusive, os próprios membros do Conselho passam no local e realizam eles mesmos a limpeza, mas que mesmo assim, vários dias amanhecem com animais jogados na pista ou canteiro. Ele promete que as ações de conscientização serão intensificadas durante sua gestão.
A reportagem também descobriu que outros pontos da cidade, além de uma rótula da ERS-118, na entrada de Alvorada e no Distrito Industrial de Cachoeirinha situaçãoes parecidas com esta são presenciadas.
Sobre o cenário caótico presenciando e descrito acima, na tarde do mesmo dia uma equipe esteve lá e realizou a limpeza, sob olhar dos carniceiros, à espera de uma nova entrega de comida fácil, que certamente estará lá no próximo café da manhã.
Ver essa foto no Instagram
– Reportagem exclusiva Lelê Pereira – @reporterlelepereira –
