Uma investigação da Polícia Civil de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, revelou um esquema de estelionato praticado dentro de um hospital, com indícios de ligação ao crime organizado no Rio Grande do Sul. A principal suspeita é uma mulher que se fazia passar por auxiliar de enfermagem para furtar dinheiro e dados de pacientes e familiares.
A operação, chamada Dupla Face, teve início em agosto de 2024 após uma vítima denunciar a perda de R$ 60 mil, furtados pela criminosa dentro do Hospital da Ulbra, enquanto a mãe estava internada em estado grave. Aproveitando-se da fragilidade emocional da vítima, a mulher ganhou sua confiança e, posteriormente, convenceu-a a entregar o cartão bancário, prometendo ajuda para obter benefícios sociais. Com os dados em mãos, esvaziou a conta bancária e fez empréstimos fraudulentos.
Durante a investigação, a polícia encontrou documentos falsos, carimbos médicos e um atestado de óbito adulterado, que indicava falsamente a morte de Maicon Donizete Pires dos Santos, conhecido como “Red Nose”. Ele é apontado como líder de uma organização criminosa e suspeito de envolvimento em mais de 30 homicídios, incluindo o assassinato da estudante Sarah Silva Domingues, da UFRGS, em janeiro deste ano.
A data do óbito no documento coincidia com o alvará de soltura de Maicon, levantando suspeitas de que a morte teria sido forjada para encobrir a fuga ou a permanência do criminoso em liberdade.
A principal suspeita foi presa em flagrante ainda em agosto. Nesta segunda-feira (14), a polícia cumpriu nove mandados de busca em cidades como Alvorada, Porto Alegre e Arroio dos Ratos, para apurar se o grupo criminoso utilizava atestados falsos para simular mortes e esconder integrantes das facções.
As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.
Com informações: G1