A Polícia Civil realizou nesta segunda-feira (7) uma operação contra um casal suspeito de fraudar o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPE Prev) para continuar recebendo o salário de um policial civil aposentado que morreu em 1996.
A operação, batizada de “De Cujus”, foi coordenada pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção (DCCOR/DEIC), sob comando do delegado Augusto Zenon. Os mandados judiciais foram cumpridos em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com a participação de oito agentes e duas viaturas.
Esquema se manteve por 27 anos
De acordo com as investigações, o filho do policial, com a ajuda da esposa, teria falsificado documentos para manter os pagamentos mensais. O corpo do servidor foi sepultado secretamente em um jazigo da família, em Montenegro, no Vale do Caí, o que ajudou a ocultar a morte por quase três décadas.
A fraude só foi descoberta após uma denúncia da Comissão de Sindicância do IPE Prev, que identificou irregularidades nos registros e encaminhou o caso às autoridades. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 2,5 milhões, referentes ao período entre 1996 e 2023.
Entre os documentos falsificados estão comprovantes de vida, atualizações cadastrais e registros bancários para manter a conta do falecido ativa no Banrisul.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares, computadores e documentos. A Justiça também ordenou o bloqueio de bens do casal, incluindo dois veículos e o valor total da fraude.
Os suspeitos vão responder por crimes como estelionato contra a administração pública, falsificação e uso de documentos falsos, além de apropriação indébita. O material apreendido será analisado para fortalecer as provas do inquérito.