Tadalafila foi o terceiro medicamento mais vendido no Brasil em 2024, aponta Anvisa

A tadalafila, conhecida popularmente como “tadala”, foi o terceiro medicamento mais comercializado no Brasil em 2024, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Originalmente indicada para tratar disfunção erétil, a substância tem sido usada de forma indiscriminada por jovens que buscam melhora no desempenho físico em academias e resistência em festas. Esse uso não indicado contribuiu para um crescimento expressivo nas vendas, especialmente na Bahia, onde o aumento foi de 60% entre 2023 e 2024.

O levantamento da Anvisa mostra que a tadalafila ficou atrás apenas da losartana, utilizada para controle da pressão arterial, e da metformina, indicada para diabetes. Em quatro anos, as vendas do medicamento saltaram de 21,4 milhões para 31,4 milhões de unidades. A popularização do remédio, no entanto, preocupa especialistas, já que seu uso recreativo não tem comprovação científica e pode trazer riscos à saúde. O urologista Lucas Batista alerta que a crença de que a tadalafila melhora a nutrição muscular e facilita o ganho de massa é infundada e seu uso sem prescrição é contraindicado.

Durante eventos como o Carnaval, a comercialização irregular do medicamento tem se intensificado, com ambulantes vendendo o produto sem prescrição médica. Além disso, a insegurança em relação ao desempenho sexual tem levado muitos jovens a recorrer à substância sem necessidade clínica. Relatos anônimos indicam que o uso do remédio é frequente, mas poucas pessoas admitem publicamente. “Tenho amigo que anda com tadala na carteira, mas ninguém quer assumir”, disse uma jornalista que preferiu não se identificar.

A automedicação e o uso indevido da tadalafila levantam preocupações quanto aos efeitos colaterais e riscos cardiovasculares. Especialistas reforçam a importância de utilizar o medicamento apenas sob orientação médica, evitando possíveis complicações à saúde.

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