Polícia Federal realiza operação contra venda de informações sigilosas no STJ

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (18), uma nova fase da Operação Sisamnes, com o objetivo de investigar a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ofensiva, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou na prisão preventiva de uma pessoa e no cumprimento de buscas em quatro endereços no Tocantins ligados aos investigados.

A operação visa desmantelar uma rede clandestina responsável pelo monitoramento e comercialização de informações sigilosas relacionadas a investigações sensíveis que estavam sendo supervisionadas pelo STJ. O esquema comprometeu a efetividade de operações policiais e gerou uma grave violação do sigilo funcional.

Com base nas provas obtidas na primeira fase da operação, deflagrada em novembro de 2024, a Polícia Federal investiga crimes de obstrução de justiça, violação de sigilo funcional e corrupção ativa e passiva.

Além das prisões, o STF determinou o afastamento das funções públicas dos investigados, proibição de contato entre eles, restrição de saída do país e recolhimento de passaportes.

Na etapa anterior da operação, a PF havia prendido o empresário Andreson Gonçalves, conhecido como “lobista dos tribunais”, e realizado buscas em endereços de auxiliares de ministros do STJ. Esses servidores foram afastados e estão sendo investigados administrativamente. De acordo com o STJ, nenhum ministro teria conhecimento das irregularidades.

O esquema criminoso de venda de decisões judiciais envolveria uma rede complexa, com advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados de Tribunais de Justiça estaduais.

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