Caminhoneiro enfrenta nevasca na Argentina após enchentes no RS

Rogério Ferri, caminhoneiro, saiu de Osório há alguns dias com destino a Santiago, no Chile, para entregar uma carga de motores. Desde o último final de semana, ele está isolado em Uspallata, Argentina, devido à forte nevasca que atinge a região.

Esta viagem marca um novo desafio para Ferri, que recentemente ficou preso nas estradas do Rio Grande do Sul devido às enchentes de maio. Atualmente, ele enfrenta frio intenso e incerteza sobre quando poderá retomar sua jornada. Ferri comenta que, apesar de já ter enfrentado situações similares, o frio sempre apresenta dificuldades: “A gente já está meio que acostumado. Se bem que, para o frio, a gente nunca acostuma. Mas já é meio que normal para essa época do ano, então já teve vezes que foi pior”.

O caminhoneiro destaca as condições precárias em que se encontra, mencionando a falta de comodidades básicas, como banheiros acessíveis: “Agora ainda tem um banheiro aqui no posto de gasolina, só que o chuveiro é caro. É na base de quatro mil pesos argentinos, que vai dar quase vinte reais. Essas questões aí é que a gente acha ruim”. Ele espera que as condições meteorológicas melhorem até domingo, permitindo que ele conclua a entrega e inicie o retorno ao Brasil.

Seis dias preso no Vale do Taquari
No mês passado, Ferri enfrentou outro grande desafio quando as chuvas devastaram o Rio Grande do Sul. Ele iniciou sua viagem no mesmo dia em que as condições climáticas começaram a piorar. Ao passar por Lajeado, na BR 386, ele encontrou barreiras caídas, forçando-o a parar em um restaurante em Marques de Souza. “O dono do restaurante foi um pai para nós. Cedeu tudo o que tinha de comida, então fiquei lá de segunda a domingo, mais ou menos, quando começou a liberar as pistas”, relatou.

Novo imprevisto na estrada
Apenas 45 dias após o incidente no Vale do Taquari, Ferri se encontra novamente preso na estrada, desta vez devido à nevasca. Ele chegou à região de Mendoza no domingo passado e foi escoltado pela polícia até Uspallata na quarta-feira. Agora, ele aguarda o fim da nevasca para seguir para Santiago do Chile, a cerca de 250 km de distância.

Ferri realiza cerca de 10 viagens por ano pela linha do Mercosul, abrangendo países como Chile e Peru, totalizando aproximadamente 50 viagens nos últimos 7 anos. Suas viagens normalmente duram cerca de 20 dias, mas em algumas ocasiões podem se estender por até 52 dias. Apesar dos desafios climáticos e da saudade do filho de 6 anos, Ferri continua firme em sua profissão: “A saudade o cara vai acostumando, mas tenho um ‘piazinho’ de 6 anos e sinto a saudade dele, mas não dá para pensar muito, senão o coração amolece”.

Com informações: Correio do Povo

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