Nova turma de delegados é apresentada em evento na ASDEP

A Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (ASDEP) recebeu, na noite desta quinta-feira, os novos 19 delegados, que se formam neste mês na Academia de Polícia Civil do RS (Acadepol). A solenidade, que é uma tradição da casa, aconteceu na sede da associação, em Porto Alegre.

A turma é oriunda do último concurso público promovido pelo Governo do Estado, realizado em 2018. Os novos profissionais passarão a reforçar a segurança pública gaúcha ainda no primeiro semestre deste ano, fato celebrado pelo presidente da ASDEP e ex-chefe da Polícia Civil, Guilherme Wondracek. “A presença de novos delegados é sempre muito simbólica, pois dá um fôlego a mais, não apenas para a corporação, mas para a segurança dos gaúchos”, comentou.

 

Queda no número de delegados

O histórico recente do quadro de delegados na ativa apresentou oscilação nos últimos 10 anos. Dados da Polícia Civil mostram que, em 2015, havia 524 delegados de polícia no Rio Grande do Sul. Em 2019, o número caiu para 435, o menor em uma década. O último levantamento, de março, contabiliza 498 delegados na ativa. Com os novos 19, o efetivo chegará a 517.

Para o presidente da Asdep, embora a recuperação seja lenta, é preciso reforçar o quadro, ainda longe do ideal. “Se compararmos com 2015, há uma manutenção do número populacional no Rio Grande do Sul, somado a um mundo do crime que está cada vez mais organizado. Na contramão disso, temos uma polícia pouco valorizada pelo Governo do Estado, com queda no número de profissionais”, destaca.

 

Evasão policial no Estado

O momento é de baixa também em outros cargos da Polícia Civil gaúcha. Segundo dados do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia-RS (Ugeirm Sindicato), mais de 130 policiais civis pediram exoneração desde 2023. Desses pedidos, 15 foram feitos em 2025.

Segundo o dirigente da ASDEP, a queda no número de delegados e agentes nos últimos anos se dá pela insuficiente valorização da classe policial, cuja remuneração não acompanha a dos demais estados. “Esse problema pode afetar a qualidade do trabalho da Polícia Civil como um todo, o que, consequentemente, pode vir a afetar a população, levando em consideração o baixo número de policiais na ativa”, finaliza.

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