CPERS realiza caravana pelo Rio Grande do Sul em defesa da escola pública

O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato) deu início nesta terça-feira (11) a mais uma caravana que terá como objetivo, além da luta pela escola pública, denunciar as estruturas precárias dos estabelecimentos de educação do estado. Ao todo a caravana visitará 42 núcleos no Rio Grande do Sul. O encerramento será em abril, quando será realizada a Assembleia Geral da categoria.

“Estamos indo às escolas para mostrar, sem maquiagem, a realidade que o governo Leite tenta esconder. Prédios sucateados, falta de profissionais, insegurança e salários arrochados. Não vamos aceitar a política de privatização da educação por meio das PPPs e nem a humilhação que é receber um salário indigno para quem dedica a vida ao futuro do Rio Grande do Sul”, afirma a presidente do CPERS, Rosane Zan.

Conforme expõe o Sindicato, durante as próximas quatro semanas, dirigentes da direção estadual e lideranças dos núcleos regionais visitarão escolas para ouvir a comunidade escolar, e convocar a categoria para a Assembleia Geral da entidade, marcada para o início de abril.

Entre os principais temas que pautam a caravana está a luta por uma escola pública de qualidade, com infraestrutura adequada, condições dignas de trabalho e ensino, além de valorização salarial para todas(os) trabalhadoras e trabalhadores da educação, da ativa e aposentadas(os). “O CPERS também denuncia o avanço das Parcerias Público-Privadas (PPPs) como uma tentativa camuflada de entregar a gestão das escolas à iniciativa privada, comprometendo o caráter público, gratuito e democrático do ensino”, aponta a entidade.

Gargalos
Na última sexta-feira (7), o Sindicato apresentou os primeiros dados do Radar sobre a Realidade das Escolas da Rede Estadual do Rio Grande do Sul 2025. Até o momento, o levantamento conta com 400 respostas, abrangendo 264 escolas em 122 municípios gaúchos.

Rede elétrica comprometida, telhados danificados, infiltrações, problemas hidráulicos, obras atrasadas e muros em risco de desabamento são apenas alguns dos problemas recorrentes em boa parte das escolas da rede estadual, aponta a entidade. Para além da questão estrutural, o CPERS denuncia que professores e funcionários sofrem com salários defasados e sobrecarga de trabalho.

Entre os participantes da pesquisa, 188 apontaram que suas escolas sofrem com problemas estruturais. Os principais desafios relatados são, rede elétrica comprometida: 141; telhados danificados, 84 e infiltrações, 76.

O levantamento aborda a situação das escolas em meio ao calor extremo. Sobre a presença de ventiladores nos espaços escolares 45 responderam não possuírem; 56 responderam que possuem apenas em alguns espaços; e 124 responderam que possuem em todas as salas. Sobre a presença de ar-condicionado, 104 responderam que não possuem; 46 responderam que possuem apenas em alguns espaços; e 75 possuem em todas as salas. Em relação a possibilidade de manutenção das aulas em dias de calor extremo, 183 responderam não, e 42 sim.

O levantamento também questionou sobre as enchentes de maio de 2024. Do total de respostas, 39 escolas foram atingidas e, até o momento, 15 delas ainda possuem obras em andamento ou inacabadas para solucionar os danos causados pelo desastre.

Confira neste link o levantamento preliminar completo.

* Com informações do CPERS – Sindicato.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.