Saúde mental dos trabalhadores da segurança pública é tema de evento promovido por Luciana Genro e entidades

Ciente do grande número de casos de adoecimento mental nas categorias da segurança pública, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) promove palestra com o psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP Christian Dunker sobre o tema, no dia 29 de março. O evento é organizado em parceria com a Abamf, Sindppen-RS, Ugeirm, Abergs e SindiPerícias, entidades que representam, respectivamente, os trabalhadores de Nível Médio da Brigada Militar, os Policiais Penais, os Policiais Civis, os Bombeiros e os Peritos Criminais.

A palestra “Adoecimento psíquico dos trabalhadores da segurança pública” será realizada a partir das 16h no Hotel Embaixador, no Centro de Porto Alegre. “Sabemos que tem havido um número gritante de casos de afastamento por saúde mental e, tristemente, muitos casos de suicídio dentre os trabalhadores da segurança. Tenho conversado com as categorias e atuado neste tema, cobrando do governo medidas mais eficazes. Acredito que o professor Dunker, por toda sua trajetória ligada à questão do sofrimento e depressão, possa contribuir com este debate”, afirma Luciana Genro.

O encontro com Dunker vem para complementar essas ações que já vêm sendo tomadas tanto pelo mandato da deputada quanto pelas entidades das categorias. Dentre os livros publicados pelo psicanalista estão “Estrutura e Constituição da Clinica Psicanalítica” (Annablume, 2011), “Mal-Estar, Sofrimento e Sintoma” (Boitempo, 2015), entre outros. Questões relacionadas ao sofrimento psíquico estão entre suas principais produções.

“Os trabalhadores da segurança, em especial brigadianos e policiais penais, têm me procurado nos últimos anos relatando perseguições, assédio moral, escalas de trabalho abusivas, sobrecarga, falta de condições básicas, como uniforme e local para descanso. É uma situação muito grave de adoecimento mental quase generalizado. Os fatores são muitos, mas precisamos dialogar sobre isso, além de cobrar soluções, para que essas tragédias não se perpetuem”, avalia Luciana Genro.

Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2024, no ano de 2022 não houve nenhuma morte de brigadianos e policiais civis em serviço no RS, enquanto em 2023 foram duas. As mortes por confronto ou lesão fora de serviço foram quatro em 2022 e duas em 2023. Ao mesmo tempo, foram registrados seis suicídios em 2022 e oito em 2023, ou seja, mais do que o dobro das demais causas de morte. De 2018 a 2023, foram pelo menos 45 suicídios, segundo dados da Brigada Militar fornecidos ao gabinete da deputada.

Para participar, é necessário se inscrever gratuitamente pelo link. O evento contará com transmissão online ao vivo, disponibilizada mediante a inscrição.

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