Proibição do Carnaval e agressão de estudante geram manifestação em Porto Alegre

Na noite de sexta-feira, 28 de fevereiro, Porto Alegre foi cenário de uma agressão policial envolvendo a estudante Luan Gonçalves Cunha, de 22 anos, durante o período do Carnaval. Ela foi atacada por pelo menos seis policiais militares enquanto estava na Cidade Baixa, região boêmia da cidade. Em imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível ver a jovem sendo imobilizada no chão, com um policial utilizando spray de pimenta em seu rosto. Cunha, que estuda Ciências Sociais na UFRGS e é militante trans, descreveu a situação como uma tentativa de homicídio, afirmando que jamais resistiu à abordagem.

O incidente de violência ocorre em meio ao cancelamento de uma das maiores festas de rua do bairro, o CarnaLopo, organizado pelo Povoada Gastrobar. A prefeitura de Porto Alegre, em conjunto com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, tomou a decisão de suspender todos os eventos de Carnaval na região, citando a falta de segurança. A justificativa foi recebida com críticas por parte dos organizadores, que lamentaram o prejuízo causado, além da falta de diálogo entre a prefeitura e os empresários que haviam se preparado para o evento.

A tensão aumentou quando, no dia 4 de março, manifestantes se reuniram para protestar contra a violência policial e a decisão de cancelar o Carnaval. A mobilização exigiu do governo estadual o fim do policiamento ostensivo na Cidade Baixa e a implementação de políticas contra o racismo institucional. A deputada Laura Sito (PT) criticou a ação da Brigada Militar e apontou abusos de autoridade durante o feriado, chamando a atenção para o aumento de denúncias sobre violência policial na cidade.

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