PF investiga ex-secretário do RS por suposta fraude em licitação de telas interativas

A Polícia Federal (PF) investiga se o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, Carlos Rafael Mallmann (União Brasil), recebeu R$ 15 mil para favorecer uma empresa em uma licitação para compra de telas interativas destinadas a prefeituras do estado. O suposto esquema teria ocorrido em 2021, quando Mallmann ainda era consultor jurídico do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari (Consisa). Em dezembro de 2024, ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão, mas só deixou o cargo no governo Eduardo Leite (PSDB) no mês passado, após uma investigação sobre desvios em emendas parlamentares.

Segundo a PF, a empresa Smart teria repassado o valor para que Mallmann barrasse recursos de concorrentes que tentavam impedir a licitação vencida pela companhia. A operação apura a compra de 377 telas interativas pela prefeitura de São Leopoldo, em um contrato de R$ 9,5 milhões. As aquisições teriam ocorrido tanto por adesão à ata de registro de preços do consórcio quanto por licitação própria, ambas supostamente direcionadas. Em uma troca de mensagens obtida pela polícia, um dos articuladores da Smart, Cliver André Fiegenbaum, discute o pagamento de R$ 5 mil via Pix e R$ 10 mil em dinheiro para “matar as impugnações” de outras empresas.

Além de Mallmann, são investigados Cliver e Marcelo Augusto Mallmann, também articuladores da Smart, e Ricardo Giovanella Netto, sócio da fabricante das telas. A PF apura um esquema no qual articuladores recebiam comissões sobre o valor bruto das vendas e repassavam parte ao servidor público que facilitava a entrada da empresa nos municípios. O prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco (PL), determinou a abertura de uma sindicância para apurar o possível envolvimento de um ex-diretor da Secretaria Municipal de Educação.

No momento da operação de dezembro, Marcelo Augusto Mallmann ocupava um cargo na Casa Civil do governo estadual e Cliver André Fiegenbaum era diretor da Metroplan, mas ambos só foram exonerados dois meses depois, após outra investigação sobre desvios de emendas parlamentares. Carlos Rafael Mallmann, que também não foi afastado na época, pediu exoneração do cargo de secretário apenas na última semana, conforme publicação no Diário Oficial.

Com informações do g1.

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