Hospital Moinhos de Vento promove mutirão de cirurgias de postectomia para pacientes em lista de espera do SUS

No mês em que se celebra o Dia Mundial do Câncer, o Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Hospital da Restinga e Extremo Sul e com apoio da Sociedade Brasileira de Urologia seccional RS (SBU-RS), promoveu neste sábado (22) um mutirão de cirurgias de postectomia (correção da fimose). A ação faz parte da Campanha de Conscientização e Combate ao Câncer de Pênis. Médicos e residentes realizaram os procedimentos em dez pacientes que estavam em lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).

Realizado no Hospital da Restinga, na zona Sul de Porto Alegre, o mutirão contou com a participação dos urologistas do Hospital Moinhos de Vento associados da SBU: Rafael Carvalho Ipe da Silva – coordenador do mutirão, Karolina Brochado Jorge, Eduardo Terra Lucas, Pedro Gaertner Gayer, Eduardo Rabolini e Luis Augusto Tarragô — preceptores, fellow e coordenador da Residência Médica; Eduardo Franco Carvalhal, que é chefe do Serviço de Urologia; e Karin Jaeger Anzolch, diretora do Corpo Clínico.

A cirurgia de postectomia é uma das principais medidas para combater o câncer de pênis, aliada à higiene adequada dos órgãos genitais com água e sabão. Também são fundamentais a vacinação contra o vírus HPV (que no SUS é distribuída gratuitamente dos nove aos 14 anos para meninos e meninas, e para transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, e pessoas vivendo com HIV/Aids), o combate ao tabagismo e a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) com uso de preservativo.

Apesar de rara, a enfermidade ainda atinge estatísticas alarmantes no Brasil. Conforme dados do Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, houve mais de 22,2 mil internações devido à doença em todo o país. Nesse mesmo período, a média ultrapassou 580 amputações de pênis por ano. Entre 2014 e 2023, foram contabilizadas mais de 4,5 mil mortes em decorrência dessa neoplasia.

Um dos fatores que podem levar ao aparecimento do câncer é quando o homem tem dificuldade em expor a cabeça do pênis (glande) para higienizá-la, condição conhecida como fimose. Assim, quando a postectomia não é feita, pode acarretar acúmulo de esmegma (secreção), o que dificulta a higiene correta e propicia o desenvolvimento da neoplasia maligna.

A médica urologista e diretora do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento, Karin Jaeger Anzolch, explica que o tumor pode iniciar com alterações na pele do pênis, como mudança de cor e na textura, podendo evoluir para presença de nódulos e lesões nas virilhas, que podem indicar disseminação para os gânglios (ínguas). É necessário detectar e tratar a fimose (quando a pele da extremidade do pênis é apertada e não permite exposição da glande, a cabeça do órgão, pois não só dificulta a higiene, como também a detecção precoce das lesões).

“Não podemos ignorar os sinais de alerta, pois são eles que nos auxiliam a fazer o diagnóstico precoce, evitando consequências mais sérias, como a amputação do órgão. E se houver fimose, procure logo corrigir. O diagnóstico precoce é muito importante, mas a prevenção é a melhor arma que se tem. Ações simples, como vacinação contra o HPV e higiene íntima adequada, poderiam prevenir centenas de casos todos os anos”, destaca Karin.

Sintomas e fatores de risco

A maior incidência do câncer de pênis costuma ocorrer em homens a partir dos 50 anos, mas também pode acometer os mais jovens.

Os sinais comuns da doença geralmente são:

– Ferida que não cicatriza;
– Sangramento sob o prepúcio;
– Secreção com forte odor;
– Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
– Presença de nódulos na virilha.

E entre os fatores de risco estão:

– Higiene inadequada da região íntima;
– Fimose;
– Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano);
– Tabagismo.

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