Feios: Corpo bonito e mente fraca – assim é a narrativa

A Netflix traz à tona a adaptação de “Feios”, baseada no romance de Scott Westerfeld, um clássico do início dos anos 2000. A trama se passa em um futuro onde todos os adolescentes passam por uma cirurgia aos 16 anos para se tornarem “perfeitos”. Tally Youngblood (Joey King) está prestes a passar por essa transformação, mas começa a questionar o sistema quando conhece um grupo rebelde que rejeita a conformidade imposta pela sociedade.

A direção de McG, conhecido por seu trabalho em “As Panteras” e “A Babá”, imprime ao filme uma sensação de leveza e um toque de exagero característico, típico de seu estilo visual. Embora o filme se esforce para capturar a essência do material original, ele se revela como um eco de um gênero que já teve seu auge, similar a outras distopias para jovens adultos como “Jogos Vorazes” e “Divergente”.

O roteiro, escrito por Jacob Forman, Vanessa Taylor e Whit Anderson, mantém uma abordagem direta e previsível, sem oferecer grandes inovações no gênero. A história se desenrola com uma familiaridade que pode parecer desatualizada para quem já está acostumado com histórias distópicas mais complexas e profundas. A narrativa tenta se conectar com o público jovem, mas acaba por seguir fórmulas conhecidas, com um triângulo amoroso e dilemas de conformidade que não trazem grandes surpresas.

As atuações são competentes, com destaque para Laverne Cox como Dra. Cable, que dá um toque imponente ao seu papel. No entanto, o desenvolvimento dos personagens e as relações entre eles não são suficientemente explorados, resultando em um drama que poderia ter sido mais impactante.

“Feios” se destaca mais pela sua estética e ritmo do que pela profundidade de sua trama. McG consegue criar um filme que, apesar de suas limitações, oferece entretenimento visual e se encaixa bem no catálogo de streaming. Para aqueles que têm uma dose de nostalgia por histórias distópicas, pode ser uma escolha interessante, mas não traz nada de novo para o gênero.

Em suma, “Feios” é uma adaptação que, embora visualmente agradável e divertida em partes, não consegue fugir das limitações de uma fórmula já saturada. O filme pode atrair os fãs da era distópica, mas é improvável que faça uma marca significativa no cenário atual.

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