O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) apreendeu cerca de R$ 4,7 milhões em dinheiro vivo na residência e no escritório do advogado Maurício Dal Agnol, durante a Operação Barba Negra, realizada nesta quarta-feira (21) em Passo Fundo e Barra Funda, no Norte do Estado.
A ofensiva, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), apura um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo uma organização criminosa suspeita de se apropriar ilegalmente de créditos oriundos de ações judiciais. O montante investigado ultrapassa R$ 40 milhões.
Dal Agnol, de 50 anos, cumpria pena em regime semiaberto e fazia uso de tornozeleira eletrônica. Ele teve o registro profissional cassado pela OAB e é réu em mais de 200 processos judiciais. Em uma das sentenças, foi condenado a pagar R$ 66 milhões por danos morais coletivos, além de responder a outras ações que somam R$ 230 milhões.
A operação mobilizou cerca de 60 agentes, com apoio da Brigada Militar, e executou sete mandados de busca e apreensão. Durante as diligências, também foram recolhidos documentos, celulares, quatro armas de fogo, caixas de charutos, bebidas alcoólicas e outros bens de valor. O dinheiro foi depositado em juízo no Banrisul.
O Poder Judiciário autorizou ainda o sequestro de 25 veículos, mais de 50 imóveis e valores financeiros ligados aos investigados. A investigação atinge oito pessoas físicas e diversas empresas, e seguirá com análise do material recolhido e novas diligências para responsabilização dos envolvidos.
Entre as vítimas do suposto esquema estão moradores de Santa Maria, onde o advogado mantinha escritório. Diversos clientes relatam terem sido prejudicados por apropriação indevida dos valores obtidos em ações judiciais contra a antiga empresa de telefonia CRT.
A ação foi coordenada pelo promotor Diego Pessi, com participação de outros sete promotores, incluindo André Dal Molin, coordenador estadual do GAECO.
