Entenda os principais distúrbios gastrointestinais em bebês e crianças

O XVII Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, está reunindo especialistas para discutir temas cruciais da saúde infantil. Entre os assuntos de destaque, os distúrbios gastrointestinais em bebês e crianças, como o refluxo gastroesofágico (RGE), a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), a constipação intestinal e a dor abdominal crônica, foram amplamente debatidos no evento que acontece de 15 a 17 de maio no Centro de Convenções Barra Shopping.

Apesar da preocupação que geram nos pais, essas condições pediátricas foram apresentadas como frequentemente autolimitadas e passíveis de tratamento com medidas conservadoras, evitando intervenções invasivas na maioria dos casos.

A médica Luiza Nader (RS) enfatizou a importância de cautela nos diagnósticos de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) em lactentes, lembrando que o refluxo fisiológico é comum e transitório nessa faixa etária. “É essencial evitar terapias invasivas nessa faixa etária, que podem ter efeitos adversos”, alertou.

Sobre a APLV, a alergia alimentar mais prevalente nos dois primeiros anos de vida, a médica Renata Rostirola Guedes (RS) destacou os riscos de dietas restritivas desnecessárias. “Não recomendamos restringir alimentos para gestantes e lactantes como forma de prevenção, pois não há comprovação científica e pode haver prejuízos nutricionais”, explicou.

A constipação intestinal, que pode afetar até 30% das crianças, foi abordada pela médica Juliana Cristina Eloi (RS). Ela esclareceu que, na maioria das vezes, trata-se de uma condição funcional, sem causa orgânica identificável. No entanto, alertou para sinais de alerta que exigem atenção médica imediata, como atraso na eliminação do mecônio, presença de sangue nas fezes, vômitos biliosos e alterações neurológicas.

A dor abdominal crônica, queixa frequente em consultórios pediátricos e emergências pediátricas, pode afetar até 19% das crianças, com picos de ocorrência entre 4 e 6 anos e entre 7 e 12 anos. A médica Marilia Dornelles Bastos (RS) ressaltou a necessidade de uma avaliação cuidadosa para distinguir entre causas funcionais e orgânicas da dor.

O congresso de pediatria reforça a importância da atualização contínua dos profissionais de saúde para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado dessas condições, visando o bem-estar infantil e a qualidade de vida dos pacientes pediátricos.

*Com a informação SPRS

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