A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos encerrou o ano de 2024 com um resultado financeiro preocupante: um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, segundo balanço publicado nesta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União. O número representa um salto significativo em relação a 2023, quando o déficit havia sido de R$ 634 milhões.
O relatório aponta que a deterioração nas contas ocorreu principalmente devido a um aumento expressivo nas despesas operacionais, que cresceram 7,91% no comparativo anual, passando de R$ 22,3 bilhões para R$ 24,06 bilhões. Por outro lado, a receita da empresa sofreu leve retração de 0,89%, saindo de R$ 21,66 bilhões em 2023 para R$ 21,47 bilhões no ano seguinte.
Mesmo diante do cenário de forte desequilíbrio financeiro, os Correios asseguram que não há risco de paralisação dos serviços. Por ser uma empresa pública, a estatal afirma estar legalmente resguardada, o que garante a continuidade de suas operações, inclusive em regiões isoladas do território nacional. Atualmente, a companhia mantém presença ativa em todos os 5.567 municípios brasileiros.
Ainda que a maior parte das agências da estatal opere no vermelho — apenas 15% delas registram superávit —, o segmento de encomendas foi um dos poucos a apresentar crescimento, com alta de R$ 157 milhões em receita em comparação com o ano anterior.
Outro ponto destacado pela empresa foi a necessidade de reforçar a segurança da informação interna. Um comunicado enviado a diretores de departamentos proibiu o uso do WhatsApp como ferramenta de trabalho, citando a falta de controle sobre mensagens e o risco de vazamentos de dados sensíveis.
A direção dos Correios reconhece os desafios impostos pelo atual ambiente competitivo e econômico, mas reitera seu compromisso com a oferta de serviços postais e logísticos acessíveis à população brasileira, especialmente em áreas onde a iniciativa privada não atua.