Irrigação e mudanças climáticas são destaques no segundo dia do 43º Congresso de Municípios do RS

O segundo dia do 43º Congresso de Municípios do Rio Grande do Sul, promovido pela Famurs, foi marcado por um painel dedicado aos avanços e desafios da irrigação no estado, especialmente frente aos impactos crescentes das mudanças climáticas na agropecuária. Na manhã desta terça-feira (6), especialistas e autoridades do setor discutiram estratégias para fortalecer a infraestrutura hídrica no meio rural.

O subsecretário de Irrigação da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulinho Salerno, apresentou o Programa Irriga+ RS, que tem como objetivo fomentar a irrigação no estado. Na primeira fase, a iniciativa beneficiou pequenos produtores com até R$ 15 mil. A segunda etapa passou a atender médios produtores. Até o momento, 173 municípios apresentaram projetos, resultando na implantação de irrigação em mais de 12 mil hectares. A meta é ambiciosa: alcançar 100 mil hectares irrigados até 2027, com foco na construção de reservatórios e ampliação das áreas atendidas. O governo estadual oferece subsídio de até 20% do valor dos projetos, com limite de R$ 100 mil por produtor. O edital da nova fase do programa está aberto até 29 de julho.

Já o superintendente executivo da Unidade de Agronegócios do Banrisul, Robson Santos, apresentou um panorama da irrigação no estado. Ele destacou os efeitos negativos tanto da estiagem quanto do excesso de chuvas nas últimas safras, que causaram uma queda de 41% na produção de grãos. Atualmente, apenas 6% da área agrícola gaúcha é irrigada, embora isso represente cerca de 20% da área irrigada de todo o país. Segundo Santos, 18% da área rural do estado tem potencial para irrigação, sendo 5% considerada de altíssima aptidão. O Banrisul apoia o setor com linhas de crédito específicas dentro do Plano Safra.

O secretário-adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marcelo Camardelli Rosa, reforçou a irrigação como elemento essencial na adaptação climática da agricultura. Ele lembrou que a estiagem foi responsável por uma queda de 45,6% no PIB agropecuário do estado em 2022, devido às perdas nas lavouras de soja, milho, fumo e arroz. Para enfrentar esse cenário, a Sema está implementando um plano de desenvolvimento sustentável que inclui a modernização dos sistemas de irrigação, desburocratização de processos, o programa Barragem Segura e a ampliação do acesso à energia elétrica de qualidade, com o programa Energia Forte no Campo. O objetivo é mitigar os impactos das estiagens, melhorar o seguro agrícola e aumentar a produtividade.

A programação do congresso continua nesta terça-feira com painéis sobre comunicação, publicidade institucional, agricultura e habitação. À noite, será realizado o tradicional Jantar dos Prefeitos, e na quarta-feira (7) acontece a posse da nova presidência da Famurs para o biênio 2025/2026, além da posse do novo Conselho Fiscal para o período 2025/2027.

O evento conta com o patrocínio de Banrisul, BRDE, Badesul, Governança Brasil, Priori, 1Doc Tecnologia, CREA-RS, XCMG, System, Somos Educação, Corsan e Caixa. Também tem o apoio da CNM, Prefeitura de Erechim, Amau, ACCIE, Planalto Transportes, Emater/RS e GLFibra.

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