GAECO resgata documentos históricos da época da escravidão em Capão da Canoa

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), realizou uma operação em Capão da Canoa, nesta sexta-feira (25), para recuperar documentos históricos possivelmente públicos, datados do período da escravidão. O material, que deveria estar sob guarda estatal, estava sendo exibido em redes sociais por dois irmãos conhecidos pela venda de livros raros online.

A ação cumpriu dois mandados de busca e apreensão em residências da cidade do Litoral Norte gaúcho. Com apoio da Brigada Militar e de servidores do Arquivo Público do Estado, os agentes apreenderam documentos que serão analisados para verificar sua origem. Também foram recolhidos arquivos e dispositivos eletrônicos.

Os materiais, segundo as investigações, podem ser originários do município de Rio Grande e remontam ao século 19. A operação foi coordenada pelo promotor Rogério Meirelles Caldas, do 10º Núcleo do GAECO/Sul, e pela promotora Camile Balzano de Mattos, da 1ª Promotoria Cível de Rio Grande.

Investigação teve início após publicações nas redes sociais
No dia 14 de abril, os investigados divulgaram, via Instagram, a posse de dois documentos supostamente salvos de um incêndio em um cartório. Eles alegavam que os registros evidenciavam práticas do regime escravocrata na antiga província de Rio Grande. Dois dias depois, especialistas do Arquivo Público do RS identificaram os papéis como documentos públicos.

A constatação levou a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado a notificar o MPRS. A partir disso, foram verificados fortes indícios de autenticidade, o que motivou o pedido de busca e apreensão — autorizado pela Justiça. Conforme apuração, um dos irmãos chegou a oferecer um dos registros por R$ 10 mil.

Possível furto de acervo público
Informações preliminares apontam que um dos documentos foi furtado do Museu de Arroio Grande em 2012, e outro, de um cartório em Rio Grande. A investigação seguirá apurando a procedência desses e de outros dois documentos já vendidos para compradores em Minas Gerais.

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