O pika-de-Ili, pequeno mamífero nativo da cordilheira Tian Shan, no noroeste da China, foi redescoberto por cientistas após quase duas décadas sem registros. Com cerca de 20 centímetros, o animal tem orelhas grandes e aparência que lembra um ursinho de pelúcia. A espécie habita altitudes entre 2.800 e 4.100 metros e é considerada uma das mais raras do mundo.
A primeira aparição do pika-de-Ili (Ochotona iliensis) ocorreu em 1983, durante uma expedição do cientista Weidong Li na província de Xinjiang. Desde então, apenas 29 indivíduos haviam sido registrados. Em uma nova expedição com voluntários, armadilhas fotográficas revelaram imagens do animal escondido atrás de uma rocha. A redescoberta foi comemorada pela equipe, que agora busca ampliar os esforços de preservação.
Apesar da boa notícia, o pika-de-Ili continua ameaçado. A espécie é extremamente sensível às mudanças climáticas e sofre com a destruição de seu habitat natural, causada pelo aumento do pastoreio e pela poluição do ar. Estimativas dos anos 1990 apontavam cerca de 2 mil indivíduos vivos, mas pesquisadores acreditam que esse número tenha diminuído significativamente nas últimas décadas.
Atualmente, o pika é classificado como “vulnerável” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e como “ameaçado” pelo governo chinês. No entanto, não existem programas de conservação específicos em andamento. O pesquisador Weidong Li espera que o novo registro sirva como alerta e incentive ações de proteção para evitar a extinção da espécie.