Grêmio perde para o Ceará e escancara falta de identidade no time de Quinteros

A derrota por 2 a 0 para o Ceará, no último sábado, no Castelão, deixou no ar uma pergunta inquietante para o torcedor gremista: afinal, qual é a identidade do time de Gustavo Quinteros? Com 99 dias de trabalho à frente do Grêmio, o treinador ainda não conseguiu dar ao time um padrão de jogo claro, e o desempenho em campo segue cercado por incertezas. O revés não foi apenas mais um tropeço, mas um reflexo da falta de evolução da equipe tricolor.

Mesmo com algumas chances criadas, o Grêmio teve dificuldades nos três setores. Na defesa, voltou a sofrer com espaços generosos ao adversário, que foram bem aproveitados por Pedro Raul, autor do primeiro gol, e Matheus Araújo, que selou a vitória em um lance de contra-ataque nos acréscimos, evidenciando a desorganização do time. O meio-campo pouco produziu, e o ataque, desfalcado de Braithwaite, teve em Arezo um substituto que desperdiçou oportunidades claras.

A estatística preocupa: já são nove partidas seguidas com gols sofridos, totalizando 14 nesse intervalo. A última vez que o time passou ileso foi em 15 de fevereiro, contra o Ypiranga. A falta de consistência defensiva, somada à escassez de criatividade ofensiva, indica um time perdido entre duas propostas de jogo que nunca se concretizaram. Quinteros, até agora, falha em entregar ao Grêmio uma ideia de jogo minimamente funcional.

O técnico ainda causou estranhamento ao elogiar a atuação da equipe na entrevista pós-jogo, em completo contraste com o que se viu em campo. Com jogos decisivos pela Sul-Americana e pelo Brasileirão se aproximando, a pressão aumenta. Contra rivais mais qualificados, como o Flamengo no próximo domingo, a ausência de um plano claro pode custar caro. Se mudanças não vierem rapidamente, não será só o estilo de jogo que estará em xeque, mas o próprio comando técnico de Quinteros.

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