Facção pagava até R$ 60 mil por falsa cirurgia de presos no RS, aponta MP

Uma investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) revelou que uma facção criminosa pagava até R$ 60 mil por falsas cirurgias para conseguir que presos perigosos cumprissem pena em casa e, posteriormente, fugissem. O esquema, desmantelado pela Operação Hipocondríacos, utilizava laudos médicos fraudulentos para simular doenças em detentos.

A operação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis de médicos, advogados e envolvidos com a facção, que domina parte da zona leste de Porto Alegre. Entre os investigados, estão o traumatologista Guilherme Fernandes e a advogada Bruna Castelo Branco Ritter, que nega qualquer irregularidade.

Segundo o MP-RS, médicos elaboravam laudos falsos por R$ 8 mil para atestar problemas de coluna e justificar pedidos de prisão domiciliar. Em casos mais elaborados, detentos eram levados a hospitais, onde recebiam anestesia sem cirurgia, simulando um procedimento. Após serem liberados para recuperação em casa, conseguiam fugir.

Os valores obtidos no esquema eram lavados por meio de construtoras, empresas de gestão de condomínios e de recursos humanos. Apesar das buscas, nenhum suspeito foi preso até o momento.

O que diz a defesa
O advogado de Bruna Castelo Branco Ritter, Marcelo Marcante, afirmou que todos os pedidos de prisão domiciliar foram baseados em exames clínicos e de imagem autênticos, negando qualquer fraude. Ele destacou que a inocência da cliente será comprovada ao final das investigações.

Com informações GZH

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