Criminosos usam nome de chefe da Polícia Civil do RS para aplicar golpe dos nudes

Uma quadrilha utilizou o nome do chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Fernando Sodré, para aplicar o golpe dos nudes e extorquir um jovem de 22 anos, morador do interior do estado. A vítima chegou a pagar R$ 50 mil ao grupo, que usou ameaças para convencê-lo a fazer depósitos.

Na manhã desta terça-feira (25), a Polícia Civil deflagrou uma operação contra os suspeitos, cumprindo seis mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão nas cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e Canoas, incluindo a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, responsável pelo caso, os alvos desta etapa da investigação são pessoas que receberam os valores obtidos com a fraude.

Como o golpe aconteceu
A quadrilha abordou a vítima por meio de um perfil falso de uma jovem mulher, iniciando uma conversa e trocando fotos íntimas. Depois, um criminoso se passou pelo pai da suposta jovem, alegando que ela era menor de idade e que o caso se enquadrava como crime de pedofilia. Para dar mais credibilidade, outro integrante do grupo fingiu ser um delegado e ameaçou prender o jovem caso ele não realizasse os pagamentos.

Em uma segunda fase do golpe, os criminosos chegaram a forjar a morte da garota, alegando que o jovem deveria pagar despesas com o suposto funeral. Um falso atestado de óbito foi enviado para pressioná-lo ainda mais. Mesmo após os pagamentos, a vítima recebeu um falso mandado de prisão, levando-o a continuar depositando dinheiro.

Mais tarde, a quadrilha entrou em contato novamente, dessa vez usando o nome do delegado Fernando Sodré, afirmando que o esquema havia sido descoberto e exigindo novos valores para encerrar o caso. Após as sucessivas extorsões, o jovem procurou a polícia.

Investigação e desdobramentos
No ano passado, a Polícia Civil já havia identificado os primeiros suspeitos e prendeu seis pessoas pelo mesmo crime. Segundo a delegada Luciane, o grupo contava com recrutadores de contas bancárias, que recebiam o dinheiro extorquido e o distribuíam entre os criminosos.

O delegado Fernando Sodré destacou que outras vítimas podem ter caído no golpe, já que os criminosos costumam ameaçar expor imagens íntimas para família e empregadores. Em alguns casos, os valores pagos chegam a R$ 150 mil ou R$ 200 mil. Ele reforçou a importância de que as vítimas denunciem para que a polícia possa investigar e prender os responsáveis.

As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema.

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