Ex-estudante condenada por desvio de quase R$ 1 milhão obtém registro médico

A ex-estudante de medicina Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, condenada por desviar quase R$ 1 milhão da comissão de formatura da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), obteve o registro profissional como médica. Seu nome já consta como ativo no Conselho Federal de Medicina (CFM), embora sua especialidade e área de atuação não estejam especificadas. A inscrição no CRM foi realizada em 26 de dezembro de 2024.

O caso ganhou repercussão após Alicia, que era presidente da comissão de formatura, transferir o dinheiro arrecadado ao longo de quatro anos para uma conta pessoal sem a autorização dos colegas. Ela alegou que a empresa contratada não estava prestando um bom serviço e decidiu investir os valores por conta própria em uma corretora, onde teria sofrido um golpe. No entanto, a versão foi contestada pela Polícia e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que a denunciaram por estelionato em oito ocasiões.

Em julho de 2024, a 7ª Vara Criminal de São Paulo condenou Alicia a cinco anos de reclusão em regime semiaberto, além de determinar o pagamento de indenização às vítimas no mesmo valor do prejuízo causado. Apesar da condenação, sua habilitação profissional como médica foi confirmada, o que gerou questionamentos sobre a possibilidade de exercer a profissão mesmo com antecedentes criminais.

O caso levanta debates sobre a regulamentação profissional e os critérios éticos para a concessão do registro médico. Até o momento, o Conselho Regional de Medicina (CRM) não se manifestou sobre a situação da ex-estudante.

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