Conheça a origem do termo “O Papa é Pop”, eternizado pelos Engenheiros do Hawaii

Lançada em 1990 pela banda Engenheiros do Hawaii, a música “O Papa é Pop” permanece relevante mais de três décadas depois por sua crítica afiada à espetacularização e ao consumo desenfreado. Inspirada no contexto do papado de João Paulo II, a canção sugere que até figuras sagradas e instituições tradicionais são absorvidas pela lógica midiática e convertidas em símbolos da cultura de massa. Com versos como “O pop não poupa ninguém”, o grupo gaúcho evidencia como tudo — inclusive o sagrado — pode se tornar mercadoria.

A música também se destaca por referenciar diretamente o atentado contra o Papa João Paulo II, ocorrido em 1981. Ao cantar “O papa levou um tiro à queima-roupa // Porque o pop não poupa ninguém”, os Engenheiros denunciam a exposição extrema e a vulnerabilidade de líderes religiosos em meio ao culto à imagem e ao espetáculo. A figura papal, antes blindada, é inserida no mesmo universo efêmero das celebridades.

Além disso, a canção critica a forma como a religiosidade é transformada em produto turístico e popular, como nos versos “Toda catedral é populista, é pop // É macumba para turista”. Dessa forma, “O Papa é Pop” se consolida como uma das composições mais incisivas da banda, refletindo sobre a banalização do sagrado e o impacto da cultura pop na forma como consumimos símbolos, ideias e pessoas.

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