A vereadora de Porto Alegre Mariana Lescano (PP), apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou forte repercussão nas redes sociais após publicar declarações polêmicas sobre o Papa Francisco, morto na última segunda-feira (21). Em seu perfil no Instagram, Lescano disse que a morte do pontífice representa “o fim de uma era marcada por distorções doutrinárias” e que a Igreja precisa de uma “purificação urgente”. A vereadora afirmou ainda que “o comunismo está sentado em tronos e púlpitos”, sugerindo infiltração ideológica na Igreja Católica.
Em outro trecho da publicação, Mariana atribuiu à morte do Papa um significado espiritual: “Não vejo como coincidência sua morte no dia seguinte à Páscoa. Há uma limpeza espiritual acontecendo”, escreveu. A fala foi interpretada por muitos como uma tentativa de deslegitimar o legado de Francisco, conhecido por sua postura humanista, acolhedora e por discursos voltados à inclusão e à justiça social.
As manifestações da vereadora foram amplamente criticadas por usuários nas redes sociais, incluindo católicos que defendem o legado do pontífice argentino. Francisco foi o primeiro papa latino-americano e defendeu pautas como o acolhimento aos LGBTQIA+, a preservação do meio ambiente, o combate à pobreza e o diálogo inter-religioso. Especialistas e fiéis lembraram que muitas das atitudes de Francisco, como visitar presídios e pedir o fim das guerras, seguem os ensinamentos de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis, santo que inspirou seu nome papal.