Preços dos alimentos devem continuar caindo nas próximas semanas, afirma ministro da Agricultura

Os preços dos alimentos no Brasil devem seguir em queda nas próximas semanas, segundo previsão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (9), com base na recente desvalorização das commodities no mercado internacional, além de fatores sazonais internos, como o fim do aumento na demanda por ovos após a Páscoa e a reposição dos estoques no varejo.

De acordo com o ministro, a retração já é perceptível em produtos como carne bovina, óleo de soja, arroz e feijão. “Os preços no atacado já recuaram significativamente, e o varejo começa a acompanhar esse movimento. É só questão de tempo para o consumidor sentir ainda mais esse alívio nas prateleiras”, declarou Fávaro.

Governo aposta em estímulo à produção para manter tendência
Fávaro destacou que o governo optou por estratégias sem intervenção direta no mercado, preferindo estimular a safra agrícola para ampliar a oferta e, consequentemente, reduzir os preços. “Estamos colhendo os frutos de medidas responsáveis, baseadas no estímulo à produção nacional, sem pirotecnia”, disse.

A expectativa é que essa abordagem contribua para uma redução contínua dos preços no varejo, beneficiando diretamente o consumidor final nos supermercados.

Plano Safra: prioridade será crédito para médios produtores
O ministro também se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do Plano Safra 2025-2026, previsto para começar em 1º de julho. A prioridade da pasta será garantir a subvenção de juros para o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).

“O objetivo é manter os juros em torno de 8% ao ano para os médios produtores, mas isso exigirá uma injeção maior de recursos do Tesouro Nacional, especialmente com a Selic ainda elevada”, explicou Fávaro.

Hoje, o Plano Safra conta com R$ 65 bilhões destinados à equalização de taxas de juros — mecanismo pelo qual o governo subsidia a diferença entre os juros do mercado e os praticados nos financiamentos agrícolas.

Crédito em dólar para grandes produtores
Para os grandes produtores, o Ministério da Agricultura estuda expandir as linhas de crédito vinculadas ao dólar, que são vantajosas para quem exporta, já que esses produtores costumam ter receita cambial que atua como proteção natural contra variações na moeda.

“Essas linhas têm juros abaixo de 10% ao ano, com média atual em 8,5%, e não geram custo para o Tesouro. É uma alternativa viável para manter o apoio ao setor mesmo com a Selic alta”, afirmou o ministro.

Fávaro revelou que já iniciou conversas com o Banco do Brasil e pretende incluir outros bancos que operam com crédito rural para aumentar a disponibilidade dessas linhas dolarizadas no novo ciclo do Plano Safra.

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