Brasil despenca no ranking de democracia; Polarização e STF são fatores cruciais

O Brasil perdeu 6 posições no índice de democracia global, ficando agora na 57ª posição entre 165 países, segundo o relatório “The Democracy Index 2024” da Economist Intelligence Unit. O estudo, que analisa a qualidade das democracias em todo o mundo, apontou como principais fatores para a queda a intensificação da polarização política e o enfrentamento entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e as big techs. O país figura agora atrás de outras nações da América do Sul, como Uruguai e Argentina.

A polarização crescente entre os brasileiros é um dos principais aspectos destacados pela pesquisa. Com 80% da população relatando que o confronto entre partidários está mais acentuado, o estudo conclui que a violência política e a politização das instituições têm afetado negativamente a saúde da democracia no país. Além disso, a interferência do STF nas redes sociais também teve peso significativo no resultado do Brasil, com decisões que limitaram a liberdade de expressão.

O estudo faz referência à decisão do STF de bloquear a plataforma X por não cumprir ordens judiciais relacionadas ao conteúdo antidemocrático em sua rede. Esse movimento gerou críticas pela forma como afeta a liberdade de discurso e o funcionamento das plataformas digitais no Brasil, levantando questionamentos sobre os limites da censura em um regime democrático.

O ranking de democracia de 2024 coloca a Noruega como a nação mais democrática, seguida de perto por Suécia e Nova Zelândia. Em contraste, países como Afeganistão e Coreia do Norte continuam a figurar entre os mais autoritários, enquanto a Venezuela é a única nação da América do Sul a figurar no grupo de regimes autocráticos.

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